O vice-presidente Hamilton Mourão descartou, nesta quarta-feira, 8, que existia clima no Congresso para aprovar a cassação do presidente Jair Bolsonaro. Ele também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não vejo que haja clima para impeachment do presidente. Clima tanto na população como um todo como dentro do próprio Congresso. Acho que nosso governo tem maioria confortável de mais de 200 deputados. Não é maioria para apoiar grandes projetos, mas é maioria capaz de impedir que grandes projetos prosperem contra a pessoa do presidente", declarou Mourão a jornalistas, em sua chegada ao Palácio do Planalto.
Depois de participar da cerimônia de hasteamento da bandeira, ontem, Mourão fez outro aceno a Bolsonaro. "Eu tenho ideia clara que o inquérito que é conduzido pelo Alexandre de Moraes não está correto. Juiz não pode conduzir inquérito", avaliou o vice-presidente nesta manhã. Em agosto, o ministro do STF incluiu o presidente da República no inquérito das fake news. Ontem, o chefe do Planalto disse que não vai cumprir decisões do magistrado e afirmou ser necessário "enquadrá-lo".
Na avaliação de Mourão, "tudo se resolveria" se o inquérito nas mãos de Moraes passasse para os cuidados da Procuradoria-Geral da República. "A gente precisa distensionar. Existem cabeças ali dentro (no Judiciário) que entendem que isso foi além do que era necessário. Conversando a gente se entende", acrescentou o vice-presidente, sobre a tensão entre Executivo e STF.
Mourão, porém, não quis comentar os discursos feitos ontem por Bolsonaro pelo que chamou de "questão ética", mas avaliou as manifestações como "expressivas": "É uma mudança isso aí, porque as ruas sempre foram domínio da esquerda".
As declarações foram feitas antes de o vice-presidente embarcar para uma agenda na Amazônia. Devido ao compromisso, ele não deve participar da reunião de Bolsonaro com ministros no Conselho de Governo, que ocorreu nesta manhã.
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