Apesar da divisão dos grupos de oposição em torno dos protestos deste domingo contra o presidente Jair Bolsonaro, o secretário de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo, Rodrigo Maia, mantém o otimismo em torno do movimento pelo impeachment de Bolsonaro. Para ele, estes são os primeiros passos dessa mobilização, e é normal que ajustes ainda sejam feitos. Mas o deputado federal licenciado, um dos principais defensores de uma candidatura da chamada terceira via, avalia que mais setores de esquerda, incluindo o PT, acabarão se juntando às manifestações nos próximos eventos.
“É normal esse ajuste no início. Na verdade, cada campo tem a sua preferência e acaba empurrando para uma narrativa. Com o tempo, todos precisarão entender que não há caminho sem vocalizar naquilo que une”, diz.
Para Maia, o PT vai acabar também se agregando a esses protestos. “Com o tempo, o PT vai chegar à conclusão que esta estratégia de manter a polarização é muito arriscada”, acredita. “Se parecer que não tem mais ninguém no jogo, isso poderá favorecer o Bolsonaro.”
Maia comemorou o fato de lideranças políticas bastante distintas, como Ciro Gomes, João Amoêdo, Luiz Henrique Mandetta e Alessandro Vieira, entre outros, já estarem juntos no protesto de hoje, abrindo a possibilidade dessa união de setores diferentes da oposição.
“Acho que a oposição não vai se dividir”, diz Maia. “Nos próximos meses, haverá uma convergência de agenda, deixando a eleição mais para a frente. A oposição vai se unir em torno da democracia.”
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