O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 7, que o governo não irá "criar problemas" para empresas que queiram vender a vacina contra a covid-19. Acompanhando o presidente durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reforçou que a rede privada poderá realizar aquisições desde que a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) seja suprida.
"A gente não vai criar problema no tocante a isso. Se uma empresa quiser comprar lá fora a vacina e vender aqui, quem tiver recursos vai tomar vacina lá. Agora nós vamos oferecer de forma universal e da nossa parte não obrigatória", disse o presidente. "Uma vez atendida essa demanda, o SUS sendo atendido, (a vacina) sim deve ser comprada também pela iniciativa privada e, principalmente, importadas, das fábricas importadas, laboratórios estrangeiros que vendem a vacina e que registrem no Brasil, e que tenham a autorização dada pela Anvisa", concordou Pazuello.
A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou no domingo, 3, que o setor negocia a compra de cinco milhões de doses da Covaxin, imunizante contra a covid-19 fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech. O produto obteve no sábado, 2, recomendação de uso emergencial na Índia. Especialistas veem com ressalvas venda de vacinas por clínicas privadas, que terão de seguir as regras estabelecidas pelo SUS.
Dos países que já apresentaram planos ou começaram a vacinar contra a covid-19 nas últimas semanas, a aposta inicial tem sido na oferta de doses gratuitas e não na possibilidade de compra na rede privada. No Brasil, o debate ganhou força nos últimos dias após o setor de clínicas particulares anunciar negociações para a aquisição de um imunizante indiano.
Em coletiva de imprensa mais cedo, Pazuello afirmou que toda a fabricação da indústria nacional estaria direcionada para o plano nacional de vacinação e que o excedente poderia ir para iniciativa privada e exportação.
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