O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, divulgou nota nesta segunda-feira, 4, na qual afirma que “qualquer agressão a profissionais de imprensa é inaceitável” e que “a liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático”. Ontem, durante manifestação em Brasília, com a participação do presidente Jair Bolsonaro, o repórter fotográfico do Estadão Dida Sampaio e o motorista Marcos Pereira foram agredidos fisicamente por manifestantes pró-governo, assim como outros profissionais da imprensa.
Na nota, o ministro da Defesa afirma, ainda, que “as Forças Armadas cumprem a sua missão Constitucional. Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a governabilidade do País”. E prossegue: “O Brasil precisa avançar. Enfrentamos uma Pandemia de consequências sanitárias e sociais ainda imprevisíveis, que requer esforço e entendimento de todos. As Forças Armadas estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade. Este é o nosso compromisso.”
Em discurso para as redes sociais ontem, Bolsonaro afirmou que as “Forças Armadas” estão ao lado do seu governo e que pede a Deus que “não tenhamos problemas nesta semana” porque ele “chegou no limite” e “daqui para frente não tem mais conversa” e a Constituição “será cumprida a qualquer preço”.
“Vocês sabem que o povo está conosco, as forças armadas ao lado da lei, da ordem, da democracia, liberdade também estão ao nosso lado. Vamos tocar o barco, peço a Deus que não tenhamos problema nessa semana, porque chegamos no limite, não tem mais conversa, daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço. Amanhã nomeados novo diretor da PF, e o Brasil segue seu rumo”, afirmou em discurso publicado nas suas redes sociais.
O Estado apurou que oficiais-generais influentes avaliaram que o presidente Jair Bolsonaro tentou no domingo fazer uso político do capital das Forças Armadas. Ao afirmar que a caserna estava com o governo, ele partiu para “pressões” e “ameaças dissuasórias” que provocaram novo incômodo no setor.
Ontem, após as declarações de Bolsonaro, vários segmentos das Forças Armadas cobraram em conversas reservadas uma manifestação a respeito dos comandantes ou do ministro da Defesa.
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