A Câmara dos Deputados teve reação imediata à demissão do Luiz Henrique Mandetta a frente do Ministério da Saúde. Durante a sessão virtual, realizada nesta tarde para votar a ampliação do auxílio-emergencial, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou seu microfone para “deixar sua homenagem” ao colega de partido.
“Aproveito, e tenho certeza que falo em nome da maioria da Câmara dos Deputados, no momento em que o ministro Mandetta anuncia que foi demitido pelo presidente da República, a nossa homenagem à sua dedicação, ao seu trabalho, sua competência, sua capacidade”, disse Maia no plenário. “Mandetta deixa um legado, uma estrutura para que o Brasil, o governo federal, Estados e os municípios, tenham condições de atender da melhor forma possível a sociedade brasileira”, disse.
O líder do Cidadania, Arnaldo Jardim (SP), corroborou as palavras de Maia e disse que o ministro honrou o cargo. “Espero que não se demita a Ciência, que não se demita o critério objetivo para enfrentar essa pandemia”, disse.
Em nota, o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro. “A demissão de Mandetta não passa de um acerto de contas por parte de um chefe que, no auge de sua mediocridade, não tolera um auxiliar se destacando mais do que ele. Um comportamento irresponsável de quem está mais preocupado com sua reeleição do que em salvar as vidas dos brasileiros”, disse Molon.
"População está vendo que a troca de ministro é o resultado de um governo inoperante", afirmou o líder do PT na Câmara, Enio Verri.
'Perda para o Brasil'
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se manifestou pelas redes sociais e chamou a saída de Mandetta uma "perda para o Brasil".
A saída do @lhmandetta é uma perda para o Brasil. Agradeço o apoio e contribuição com o Estado de SP no combate à pandemia. Desejo êxito ao novo Ministro da Saúde, Nelson Teich, e espero que siga procedimentos técnicos e atenda às recomendações da OMS.
— João Doria (@jdoriajr) April 16, 2020
Em nota, o PSDB disse que a troca de comando no Ministério da Saúde é um movimento temerário de Bolsonaro, no momento em que o País parece estar ingressando na fase na crítica da pandemia. “O fundamental agora é perseverar nas políticas de distanciamento social, consideradas até o momento as melhores iniciativas identificadas por todo o mundo para enfrentar o novo coronavírus – mesmo que sejam medidas combatidas pelo próprio presidente”, diz o partido no texto.
O ex-ministro da Agricultura e deputado Neri Geller (PP-MT) disse, em mensagem de texto, que Mandetta conseguiu, “de forma exemplar, construir uma relação de confiança com a sociedade brasileira”.
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