As negociações entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e as cúpulas do PSL, MDB e Republicanos para eleição ao comando da Casa foram suspensas nesta quarta-feira, 18, por causa de uma suspeita de covid-19. Luciano Bivar, presidente do PSL, apresentou sintomas da doença e aguarda o resultado do teste. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e o do MDB, Baleia Rossi (SP), também deveriam participar da conversa.
Todos eles já vinham trocando ideias sobre a possibilidade de união na disputa pela presidência da Câmara, em fevereiro de 2021. A expectativa era a de que hoje o grupo começasse a costurar um acordo e definir uma estratégia para a eleição, que deve ter o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, como candidato do Palácio do Planalto.
Com a suspeita de contaminação de Bivar, o encontro entre os líderes poderá ocorrer somente na próxima semana. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, no entanto, as definições só devem acontecer após o fim do segundo turno das eleições municipais. A avaliação é a de que o melhor é esperar o desfecho de situações como a do Rio de Janeiro, onde o Republicanos disputa a prefeitura com o DEM.
Marcos Pereira e Baleia Rossi são nomes cotados para sucessão de Maia. O presidente do MDB tem o apoio de Maia para se candidatar, enquanto Pereira aparece como um nome do Centrão, que tem ganhado a simpatia da oposição e disputa espaço com Lira.
Bivar também passou a ser cogitado para esse embate. Em entrevista ao Estadão, o presidente do PSL admitiu as conversas com Maia e disse que se manter na estrutura da Câmara é essencial para o fortalecimento do partido. Atualmente, Bivar é o segundo vice-presidente da Casa.
O cenário da Câmara, hoje, se divide basicamente em três grandes forças políticas. A primeira é a do Centrão, com os partidos da base do governo, liderados por Lira. O deputado coordena na Câmara o grupo que, de acordo com o regimento interno, é composto por PP, PL, PSD, Solidariedade e Avante, com 135 deputados. Republicanos, Pros, PSC, Patriota e PTB (68 deputados) também costumam fechar com esse bloco informalmente. É esse o grupo conhecido como Centrão.
O “núcleo independente” ou “núcleo Maia” tem DEM, PSDB, MDB, Cidadania e parte do PSL (102 deputados). Há, ainda, a oposição com PT, PSB, PDT, PSOL e PCdoB, com 132 deputados.
Na outra ponta, o PSL, o Pros e o PTB formam outro grupo, sob a liderança de Felipe Francischini (PSL-PR). Os partidos podem compor de várias maneiras para a eleição na Câmara. Além da presidência da Casa também estão em jogo outras funções, como a primeira e a segunda vices, hoje ocupadas, respectivamente, por Pereira e Bivar, e quatro postos de secretários.
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