A cúpula do Senado está tentando montar uma estratégia para salvar o mandato do ex-líder do governo Chico Rodrigues (DEM-RR). Agora, o presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (DEM-MT), sugeriu uma licença de quatro meses para o colega, que na semana passada foi flagrado pela Polícia Federal escondendo R$ 33.150 na cueca.
“Eu sugiro para o senador pedir um afastamento por 120 dias para não dizer que está obstruindo o andamento dos trabalhos e a apuração dos fatos. Mas essa é uma decisão pessoal dele, temos que respeitar”, afirmou Campos ao Estadão/Broadcast. A investigação contra Rodrigues envolve acusações de desvio de recursos destinados ao combate à covid 19.
O senador é alvo de representação protocolada pelos partidos Rede e Cidadania no Conselho de Ética. As duas siglas pedem a abertura de um processo contra o parlamentar e a cassação do mandato. Campos encaminhou o pedido para análise preliminar da Advocacia do Senado.
Apesar de toda a movimentação, o Conselho de Ética está com as atividades paradas por causa da pandemia do coronavírus. A decisão de reativar o colegiado para julgar o senador cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que permanece em silêncio sobre o assunto.
Na próxima quarta-feira, 21, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve se manifestar sobre a decisão do ministro Luís Roberto Barroso de afastar Rodrigues por 90 dias. Mesmo assim, o entendimento da Corte ainda precisará passar pelo crivo do Senado.
Na prática, os senadores se movimentam para derrubar o veredicto do Supremo, deixando o caso só com o Conselho de Ética. Nesse sentido, a sugestão de um afastamento voluntário foi apresentada para Rodrigues apenas como forma de evitar mais desgaste.
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