A nomeação do engenheiro Marcelo Andrade Moreira Pinto para o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), indicado pelo líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), provocou novo desgaste no governo.
O deputado Marco Feliciano (PODE-SP) criticou ontem no Twitter o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, pelo fato de Elmar ter emplacado um apadrinhado, mesmo após ter feito acusações contra a atual gestão.
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoMinistro Ramos
Vice-líder do governo na Câmara, Feliciano afirmou que o “namoro” de Ramos com o Congresso começou “cheio de traições e ingratidão”. “Governo premia quem trai e passa mau exemplo a quem é fiel! Como todo traído, vai ser o último a saber”, escreveu.
Segundo Feliciano, existe uma insatisfação do Legislativo sobre a distribuição de cargos feita pelo governo. “Acho um absurdo se premiar parlamentares que falam mal do governo e traem o governo com as joias da coroa, com os principais cargos federais”, reforçou.
Em maio, durante votação no plenário da Câmara, Elmar disse que o governo havia adotado um “procedimento canalha”. À época, afirmou, ainda, que não mexia “com laranja”, em referência a suspeitas de candidaturas de laranjas do PSL.
1) O general @MinLuizRamos entregou a CODEVASF (orçamento de 1 bi) para o @deputadoelmar, q chamou o governo do PR @jairbolsonaro de canalha e de laranjal, dizendo ainda q mesmo com seu indicado na presidência da estatal ele e o DEM ñ tem compromisso em formar a base do Governo
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) September 13, 2019
Feliciano ainda mencionou fala de Elmar, publicada pela Coluna do Estadão em setembro, na qual ele disse que a indicação para a Codevasf é “um favor ao governo”, sem quadros para tantos cargos. “Eu considero que o deputado Elmar Nascimento passou dos limites quando esnobou o presidente e fez pouco caso do governo como um todo.”
Ao Estado, Ramos minimizou as críticas de Feliciano e disse que Elmar fez a indicação por ser líder do DEM, partido que tem “votado com o governo”. “O pronunciamento dele (contra o PSL e o Planalto) foi em maio. Isso é uma coisa menor”, afirmou Ramos.
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