Bárbara Rodrigues
O deputado estadual Ziza Carvalho (PT) apresentou na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) um projeto de decreto legislativo para que seja concedido um título de cidadania piauiense ao presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz Oliveira Scaletcky.
A proposta do deputado estadual irá tramitar nas comissões da Assembleia Legislativa e se aprovada, segue para votação no plenário. Se for aprovada pelos deputados estaduais, será marcada uma data para a realização da sessão solene.
- Foto: Lucas Dias/GP1
Ziza Carvalho
No pedido, o deputado estadual explicou que Santa Cruz é natural do Rio de Janeiro e que a concessão do título é devido a sua atuação no cenário nacional e pelos relevantes serviços prestado ao Estado do Piauí.
“No exercício da liderança das causas da advocacia, ele sempre defendeu o direito de manifestação com todas as forças e nunca aceitou qualquer tipo de violência. Uma de suas defesas é que todos têm direito aos sigilos das comunicações com seu advogado. Conquistas estas que beneficiaram advogados de todo o país, não apenas o Rio de Janeiro”, explicou Ziza Carvalho em sua justificativa.
O parlamentar ainda destacou que quando Santa Cruz foi presidente da OAB do Rio de Janeiro, ele lutou contra os crimes políticos da ditadura e pela redemocratização do país. “Sua gestão seccional também é marcada por uma série de vitórias em defesa das prerrogativas da advocacia e dos interesses corporativos da categoria”, afirmou o deputado.
Polêmica com Bolsonaro
Santa Cruz acabou se envolvendo em uma polêmica com o presidente da república, após Jair Bolsonaro afirmar que “se o presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu no período militar eu conto para ele”. Em reação, a OAB divulgou uma nota de repúdio, e o Santa Cruz afirmou haver ‘crueldade e falta de empatia’ nas declarações do presidente. “É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão”.
Jair Bolsonaro voltou a se pronunciar sobre o assunto e disse que Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi morto pelos correligionários que combatiam a ditadura a fim de evitar o vazamento de informações confidenciais. “Eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz”, afirmou. “Não foram os militares que mataram ele não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo que acontece”.
Felipe é filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, integrante do grupo Ação Popular (AP), organização contrária ao regime militar. Ele foi preso pelo governo em 1974 e nunca mais foi visto. “Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, disse Bolsonaro em coletiva de imprensa.
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