O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta segunda-feira, 1º, que acredita que a reforma da Previdência possa ser aprovada no primeiro semestre deste ano pelo Congresso e que espera que a proposta apreciada pelo Legislativo não tire pontos essenciais de seu conteúdo.
“Não temos outra alternativa. Chegou a esse ponto: a Previdência está deficitária realmente e temos que fazer essa reforma. Espero que o Congresso a aprove sem que seja muito desidratada”, disse a jornalistas após chegar ao hotel em que está hospedado em Jerusalém, em Israel, após sair para uma agenda privada. O presidente ainda argumentou que as contas do País estão desequilibradas e que a reforma é necessária para rearranjar o orçamento.
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoJair Bolsonaro
Bolsonaro ressaltou que a decisão está com o Parlamento. “No que depender de mim, farei gestões. Eu conheço mais da metade dos parlamentares, fiquei 28 anos lá dentro e sei como aquilo funciona. Posso dar sugestões, mas não quero me meter porque agora estou em outra Casa”, disse. Ele informou que na próxima quinta-feira, 4, já há uma reunião prevista com alguns líderes partidários para tratar do tema.
Até lá, segundo o presidente, seu trabalho ficará focado no assunto. “A próxima viagem minha deve ser, se ocorrer, depois do primeiro turno da Previdência”, disse ele, salientando que a proposta apresentada pelo Executivo não é dele ou do governo, mas 'do Brasil'.
Sobre a diferença no tratamento da reforma para os militares, argumento usado por alguns como um obstáculo de aprovação no Congresso, Bolsonaro expressou: “Nada a ver”. Ele afirmou que, apesar de ser suspeito para falar por ser capitão reformado do Exército, trata-se de uma vida completamente diferente. “Militar trabalha 24 horas, tem situações extraordinárias da tropa, GLO (Garantia da Lei e da Ordem), interferências, nossas missões, somos sempre os primeiros a ser chamados. É uma vida complicada”, enumerou.
Ele disse também que, em 2000, foi o único segmento a ter mudanças de aposentadoria. “Se juntarem as duas (propostas, a de 2000 e a de agora), a nossa foi muito mais profunda do que as demais”, comparou.
O presidente acredita que, se o Brasil mostrar que está 'fazendo dever de casa' com a aprovação da reforma pelo Congresso, as contas nacionais seriam reequilibradas e novos investimentos seriam atraídos para o País.
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