Destituída do cargo de líder do governo na Câmara pelo presidente Jair Bolsonaro, a deputada Joice Hasselmann (SP) deve assumir a presidência municipal do PSL em São Paulo. O cargo atualmente está vago e dá ao seu ocupante o poder de comandar os rumos do partido do presidente na disputa eleitoral do ano que vem na maior cidade do Brasil.
A ida de Joice para o comando do PSL na capital paulista é articulada pela ala do partido aliada ao presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PSL-PE), e faz parte da guerra deste grupo contra Bolsonaro. A manobra, que tem entre seus patronos o senador Major Olimpio (PSL-SP), representa mais uma derrota do presidente, que ficaria excluído da disputa municipal na principal cidade do País.
Os deputados federais Júnior Bozella e Coronel Tadeu são os mais cotados para assumir a presidência do diretório estadual do PSL de São Paulo no lugar de Eduardo Bolsonaro, que deve ser destituído.
Em vídeo divulgado na noite de quinta, Olimpio disse que permanece na liderança do PSL no Senado, mesmo contra a vontade do presidente, já que tem o apoio dos outros dois senadores do partido.
Desafeta
Uma das principais incentivadoras da candidatura de Bolsonaro à Presidência em 2018, Joice entrou na mira do Palácio do Planalto depois de assinar a lista em favor da manutenção do deputado Delegado Waldir (PSL-GO) na liderança do PSL na Câmara contra Eduardo.
Em retaliação, o presidente decidiu destituir a deputada do posto de líder do governo na Câmara. Na quinta, após a destituição, Joice disse que já esperava a perda do posto, "mas com um pouco mais de respeito, fidalguia e gratidão". Eleita em 2018 com mais de um milhão de votos, Joice era uma das principais articuladoras do governo no Congresso e tem pretensões de disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem.
Se confirmada, sua ida para a presidência do PSL municipal da capital deve aproximar o partido do DEM, legenda que está no campo de influência do governador João Doria (PSDB), apontado como um dos principais adversários de Bolsonaro no campo da direita para as eleições presidenciais de 2022. Ela é amiga pessoal de Doria. Conforme revelou o Estado, PSL e DEM negociam uma fusão contra a vontade de Bolsonaro.
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