O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu prorrogar por mais 60 dias, a pedido da Polícia Federal, o inquérito que tem o presidente Michel Temer entre os investigados. A decisão é desta terça-feira (27) e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou favorável a concessão do novo prazo.
Dodge ainda pediu, no ofício enviado ao STF, que fosse emitida ordem judicial para que o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, se abstenha de "qualquer ato de ingerência" sobre o inquérito, sob pena de afastamento do cargo.
- Foto: Felipe Sampaio/STFMinistro Luís Roberto Barroso vai participar de evento do TCE-PI
Em relação ao pedido, Barroso afirmou no despacho que: "[Segovia] já manifestou, por escrito nos autos, e oralmente perante este relator, o compromisso de não interferir em qualquer medida no inquérito em curso. Considero-o, portanto, devidamente ciente de que deve se abster de qualquer pronunciamento a respeito".
O inquérito
O inquérito foi aberto, em setembro de 2017, com base nas delações do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, e de Ricardo Saud, ex-executivo do grupo. As investigações apuram o suposto pagamento de propina na edição, por Temer, de um decreto relacionado ao setor de portos.
A empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP), é apontada como beneficiária. Temer e a empresa negam a acusação.
Caso Segovia
No início deste mês, Fernando Segovia disse em entrevista à Reuters que não foi encontrado indício de crime por parte de Temer. Segundo a agência, o diretor-geral também indicou que a PF pediria o arquivamento das investigações.
Tais declarações de Segovia causaram intensa repercussão, a ponto de os delegados da PF, que atuam no Supremo, divulgarem mensagem contra o que ele disse. Além disso, Barroso intimou o diretor-geral a dar explicações. Segundo o ministro, Segovia disse ter sido mal interpretado.
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