O deputado federal e presidente estadual do PT do Piauí, Assis Carvalho, criticou o julgamento do recurso do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), nesta quarta-feira (24), que manteve a condenação do petista no caso do tríplex.
O deputado federal participou do ato do ex-presidente na Praça da República em São Paulo. Assis disse que o resultado não é uma novidade e que a defesa vai recorrer da decisão junto ao próprio TRF4, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) visando reverter a condenação.
- Foto: Reprodução/Arquivo PessoalAssis Carvalho com o ex-presidente Lula em ato realizado na cidade de São Paulo
“O resultado não nos surpreendeu, mas não foi um resultado justo. Então, vamos recorrer da decisão no próprio TRF e depois STJ, STF, onde for possível” afirmou.
Ele defendeu a candidatura de Lula para as eleições desse ano. “Há a batalha política. Ao mesmo tempo em que apresentamos os recursos, vamos reafirmar a candidatura de Lula e registrar a candidatura dele a presidente da República. E, se Deus quiser, ele será o próximo presidente do Brasil”, defendeu.
Recurso
A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), negou nesta quarta-feira (24), o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra a condenação a 9 anos e 6 meses de prisão no caso tríplex do Guarujá, determinada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara de Curitiba, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal.
O ex-presidente Lula foi condenado por unanimidade pelos desembargadores Victor Laus, João Pedro Gebran Neto e Leandro Pausen. A pena foi aumentada para 12 anos e 1 mês de prisão.
Entenda o caso
Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia foram denunciados pelo Ministério Público Federal, acusados de serem os verdadeiros donos do tríplex no Guarujá, no Condomínio Solaris. A ex-primeira-dama Marisa Letícia tinha, desde 2005, uma cota do edifício, com opção de compra definitiva.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Lula
O ex-presidente foi acusado de receber propina da Odebrech, com o objetivo de ajudar a empresa a ganhar licitações na Petrobras. A propina paga por Lula teria ocorrido, por meio de um tríplex. A construtora OAS, da Odebrecht, havia destinado R$ 3,7 milhões na aquisição e reforma do tríplex no Guarujá, no qual Lula pretendia comprar posteriormente. Fotos mostram que Lula esteve no imóvel, com o presidente da OAS, Léo Pinheiro. Pessoas envolvidas na obra também afirmam ter estado no tríplex com Marisa Letícia e Fábio Luiz, filho do casal.
O MPF afirmou que todas as reformas e o aluguel do tríplex foram feitas pela construtora como forma de propina. Em 12 de julho de 2017, Lula foi condenado a 9 anos e seis meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro. O juiz federal também determinou bloqueio de R$ 16 milhões em bens do ex-presidente para reparar os danos à Petrobras - como imóveis, carros, R$ 606,7 mil em contas bancárias e mais de R$ 9 milhões em planos de previdência. Em dezembro de 2017, cerca de R$ 64 mil foram desbloqueados por Moro por serem destinados à aposentadoria.
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