A executiva nacional do PSDB vai discutir, nesta segunda-feira (12), a permanência ou a saída da base do governo Michel Temer. A reunião vai acontecer na sede do partido em Brasília. A sigla é uma das principais aliadas do governo, mas integrantes do PSDB passaram a defender o desembarque após denúncias da delação premiada da JBS envolverem o nome do presidente.
Joesley Batista, executivo da JBS, entregou às autoridades o áudio de uma conversa que teve com Temer em março deste ano. Com base no material, a Procuradoria-Geral da República pediu a investigação do presidente, que foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo a procuradoria, houve “anuência” do presidente Michel Temer ao pagamento de propina mensal, feito por Joesley, para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A PGR também alegou que Temer agiu para impedir avanços da Operação Lava Jato.
- Foto: Albery Santini/Futura Press/Estadão ConteúdoMichel Temer
O presidente negou os fatos narrados pela delação, mas os esforços de Temer não foram suficientes para evitar incertezas na base aliada.
Os tucanos comandam quatro ministérios na Esplanada: Relações Exteriores, Secretaria de Governo, Cidades e Direitos Humanos. Para Temer, a permanência do partido na base seria importante não só pela sustentação política, mas também porque o PSDB é um dos principais apoios do governo na aprovação das reformas enviadas pelo Planalto para o Congresso.
A reunião
O encontro da cúpula do partido está marcado para o fim da tarde. O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), que compõe a executiva do partido, explicou que o espaço estará aberto para que os membros da direção partidária, os governadores e as bancadas no Congresso apresentem seus posicionamentos.
De acordo com Tripoli, a análise do PSDB levará em conta se há, ou não, um cenário de estabilidade na gestão Temer. Se não houver convergência pela saída ou pela permanência no governo, a decisão poderá ser tomada por votação.
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