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Política

Júnior do MP3 diz que recebeu dinheiro do PT do Piauí em 2014

O nome do petista e de mais 19 pessoas, foram divulgados na lista dos políticos que receberam dinheiro da JBS.

O ex-candidato a deputado estadual pelo PT nas eleições de 2014, o ativista Júnior do MP3, explicou a origem do dinheiro que teria recebido da empresa JBS. Ele explicou que os R$ 1.800 foram repassados a ele por meio do PT do Piauí que se “propôs ajudar os candidatos que não tinham estrutura financeira para custear despesas básicas como programa de TV e material gráfico”.

O nome do petista e de mais 19 pessoas, foram divulgados na lista dos políticos que receberam dinheiro da JBS. A relação foi entregue para a Procuradoria Geral da República pelo diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Saud.


  • Foto: Lucas Dias/GP1Júnior mp3Júnior mp3

Confira a nota na íntegra

“Ao tempo que lamentamos o que tem acontecido no Brasil nos últimos anos, também comemoramos que tudo de podre que existe no mundo político, esteja vindo à tona, e com provas. Nas eleições de 2014, após incentivo do grupo social que faço parte, inclusive a pedido do partido, decidi participar do processo eleitoral como candidato a deputado estadual, mesmo sem condições financeiras para fazer uma campanha eleitoral.

O PT do Piauí, como é costumeiro em todos os partidos, propôs ajudar os candidatos que não tinham estrutura financeira para custear despesas básicas como programa de TV e material gráfico, que nos dias atuais ainda são as principais ferramentas de divulgação de candidaturas. Como prometido, o partido custeou as despesas de produção de programa eleitoral para o rádio e TV de nossa campanha, assim como de outros candidatos do partido que não tinham estrutura financeira para pagar os altos custos do programa eleitoral, que apesar de ter o nome gratuito, faz-se necessário explicar que a gratuidade é apenas do horário na TV e Rádio, mas a produção do programa, que é um serviço caro, tem que ser paga pelo candidato. No meu caso, quem pagou o meu programa eleitoral na campanha de 2014 foi o partido dos trabalhadores, através de uma doação estimada em serviços no valor de R$1.800,00, conforme recibo eleitoral nº13666.07.00000-PI.000006, emitido em 14.08.2014 para o Partido dos Trabalhadores - PI. Eu não recebi esses valores do partido em dinheiro, mas em serviços.

Como consta na minha prestação de contas eleitoral, formal e disponibilizada no sistema de divulgação de candidaturas do TSE, eu declarei o recebimento da doação estimada, ou seja, o PT pagou a minha despesa de programa eleitoral, sendo que o recurso utilizado pelo partido para pagamento das despesas do programa de TV teve origem na doação da empresa JBS S/A.

Temos a honra e dignidade de confirmar que houve uma transação contábil que me veicula indiretamente a essa empresa JBS numa doação estimada. Mesmo tudo sendo feito de forma transparente, dentro que manda a lei eleitoral, infelizmente temos que concordar que houve uma doação, mesmo que indireta.

O processo eleitoral da forma como se dá, é injusto, caro e desproporcional. Na época da doação, nem eu, creio também que nem muitos dos companheiros do partido sabiam das condições sobre o pagamento do programa de TV e rádio feito pelo partido, assim como acreditamos que a própria direção estadual do partido, que recebeu a doção, não sabia da situação da empresa JBS, que somente hoje, o Brasil inteiro veio a saber dos procedimentos destes empresários.

Nossa campanha sempre foi feita por amigos e familiares, por pessoas da comunidade onde moro, por pessoas das igrejas, além de microempresários que conhecem nosso trabalho e sempre nos procuram para ajudar nas atividades do projeto MP3.

Nunca nos utilizamos de nenhum expediente ilegal ou imoral nas campanhas eleitorais, e talvez por isso nunca tenhamos sido eleitos. Sempre andamos de cabeça erguida porque todas os resultados das campanhas que participamos são motivo de orgulho e alegria. Cada voto recebido fora voto consciente e valoroso. As vezes não temos dinheiro nem mesmo para nossas despesas pessoais do dia-a-dia, e nunca tivemos recursos financeiros para custear uma campanha eleitoral nos moldes como existe hoje no Brasil. A propaganda de nossas ideias e propostas são feitas no dia-a-dia, por cada pessoa que conhece nossa luta e nosso trabalho.

Nessa situação toda de delações e especulações, faz-se necessário confirmar alguns fatos e situações que acontecem nas “disputas” eleitorais, e mais uma vez demonstrar que é urgente e necessária a reforma política e partidária, para que os projetos políticos sejam colocados em situação de igualdade nas campanhas eleitorais, para que as ideias prevaleçam e o poder econômico seja um benefício e não um câncer para nossa sociedade.

Continuamos com nosso trabalho no MP3, transformado vidas, fazendo inclusão social, dando formação profissional e esperança para crianças, adolescentes, jovens e adultos em situação de risco e vulnerabilidade, que todos os dias são esquecidos por governos e até mesmo nossa sociedade".

Francisco Chagas do Nascimento Júnior - Júnior do MP3.

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