Nesta terça-feira (23), a defesa do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, protocolou uma petição na qual cita provas de três encontros com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma foto, em que os dois aparecem lado a lado, está no documento e, segundo a defesa, a imagem foi registrada em 2012.
A petição também cita um encontro entre os dois em 2 de junho de 2014, onde Lula chamou Duque para falar de depósitos feitos em contas no exterior, segundo a defesa. Os dados dos voos que teriam sido utilizados pelo ex-diretor para ir ao encontro são identificados no documento.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Duque havia citado os encontros, ressaltando que "Lula tinha conhecimento de tudo".
- Foto: Eproc/Reprodução
Esta imagem em preto e branco, que mostra Lula e Duque, foi anexada pela defesa do ex-diretor
Na petição entregue pela defesa de Duque nesta terça, ele renuncia o dinheiro depositado em duas contas no exterior – na Suíça e no principado de Mônaco – “com a finalidade de colaborar com a justiça e corroborar sua colaboração judicial”. Os valores não foram divulgados.
“O requerente manifesta seu interesse de continuar colaborando com todas as investigações das quais tenha conhecimento de fatos relevantes sobre a Petrobras”, pontua o ex-diretor no fim da petição.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Lula disse que esteve com o ex-diretor da Petrobras apenas uma vez, no hangar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ele disse não se lembrar o ano do encontro.
Segundo o G1, o ex-presidente disse ter pedido para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto intermediar o encontro, porque havia “boatos no jornal de corrupção e conta no exterior”. Lula afirmou ter perguntado a Duque se ele tinha dinheiro no exterior. O ex-diretor da Petrobras, segundo Lula, negou.
Em nota, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que os documentos apresentados por Duque não provam nada, e que apenas buscam destravar sua delação.
Confira nota na íntegra.
"Sem provas para sustentar a acusação relativa ao tríplex contra Lula, os acusadores investem na oferta de prêmios para réus confessos tentarem produzir factoides. Os papéis apresentados por Duque, que busca destravar sua delação, nada provam.
Não provam que Lula é dono do tríplex, não provam que ele recebeu alguma vantagem indevida proveniente de contratos da Petrobras, enfim, não provam nenhuma das acusações feitas pelo MPF na ação.
Os papéis só provam o desespero dos acusadores, que agora querem transformar uma fotografia com Lula e uma suposta passagem de avião em prova de propriedade imobiliária e de recebimento de vantagens indevidas.
Cristiano Zanin Martins".
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