O ex-ministro Antonio Palocci decidiu fazer delação premiada diante da promessa de que ‘muito em breve’ poderá ganhar a liberdade. O petista, que foi ministro da Fazenda e da Casa Civil nos Governos Lula e Dilma, comunicou a decisão ao seu advogado criminalista José Roberto Batochio, nesta sexta-feira (12).
De acordo com informações do Estadão, o ex-ministro teria comunicado a Batochio que a saída dele da causa foi uma ‘primeira exigência’ da força-tarefa da Lava Jato. Batochio, ‘por princípio’, não defende clientes que fazem delação premiada.
Nos últimos meses, o criminalista tem travado um embate tenso com os procuradores do Ministério Público Federal e não desiste de tentar habeas corpus para o ex-ministro no Supremo Tribunal Federal.
- Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão ConteúdoAntonio Palocci
Quando foi interrogado pelo juiz Sérgio Moro, em abril, na ação penal em que é réu pelo suposto recebimento de R$ 128 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht, Palocci acenou claramente com a possibilidade de fazer delação. Na ocasião, ele disse ao magistrado que tinha informações importantes a revelar que podem esticar por mais um ano, pelo menos, os trabalhos da Lava Jato.
Batochio, que defende Palocci há dez anos, conseguiu, nesse período, 12 absolvições do ex-ministro, como no episódio do caseiro Francenildo e na investigação sobre tomate com ervilhas da merenda escolar de Ribeirão Preto, município do qual o petista foi prefeito.
Para o advogado: “Palocci não resistiu ao sofrimento psicológico que lhe foi imposto em Guantánamo meridional”.
Em nota, o escritório José Roberto Batochio Advogados Associados confirmou que o ex-ministro Palocci deu início à delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
Confira abaixo a nota na íntegra
“O escritório José Roberto Batochio Advogados Associados deixa hoje o patrocínio da defesa de Antonio Palocci em dois processos que contra este são promovidos perante o juízo da 13.ª Vara Federal de Curitiba, em razão de o ex-ministro haver iniciado tratativas para celebração do pacto de delação premiada com a Força Tarefa Lava-Jato, espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais.”
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