O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, visitou o Papa Francisco no Vaticano nessa quarta-feira (27). Após o encontro, Bretas falou sobre as ameaças que recebe desde que assumiu o julgamento da Operação Lava Jato no estado.
Quando questionado pela jornalista Ilze Scamparini se havia a possibilidade de deixar o Rio, Bretas admitiu a possibilidade. “Não penso no sentido de planejar, de querer, mas existe esse tipo de preocupação, de talvez ser necessário”.
- Foto: Estadão Sérgio Cabral
“Se quiser ir à praia tenho que sair do Rio de Janeiro. É triste, mas a liberdade de um juiz, de um agente público que está nessa situação é muito reduzida, para não dizer eliminada. Não posso me dar alguns prazeres simples, como caminhar eventualmente numa praia. No início eu relutava muito. Recusava esse tipo de coisa, mas não mais”, continuou.
Uma investigação da Polícia Federal descobriu que o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, mesmo preso, estaria financiando a montagem de um dossiê contra o juiz Marcelo Bretas. Em outubro, durante uma audiência, Cabral citou informações sobre a família do juiz.
“Não tenho nenhum tipo de paranoia quanto a isso. Apenas sigo orientações. Sou forçado a sair do local em que vivo para me sentir um pouco mais à vontade. Como aqui (Roma) onde posso andar na rua com tranquilidade”, afirmou o juiz. Em abril Bretas chegou a receber três ameaças de morte, que estão sendo investigadas.
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