Em depoimento na 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, Carlos Miranda, apontado pela Operação Lava Jato, como gerente do esquema de propinas comandadas pelo ex-governador Sérgio Cabral, informou que ele e os ex-secretários Régis Fichtner e Wilson Carlos recebiam até R$ 150 mil por mês em propina.
“Tirávamos cerca de R$ 150 mil por mês. Também havia prêmios no fim do ano, como uma espécie de décimo-terceiro ou decimo-quarto salários. Tudo era pago em dinheiro”, afirmou.
- Foto: Fábio Motta/Estadão ConteúdoSérgio Cabral
De acordo com Miranda, Sérgio Cabral controlava a organização. Wilson Carlos era responsável pelos contatos com as empresas. Fichtner cuidava do andamento do esquema dentro da estrutura do governo.
Miranda era tão próximo ao ex-governador Sérgio Cabral que cuidava até da sua declaração de Imposto de Renda. “Eu cuidava das despesas pessoais do governador, inclusive, da movimentação em suas contas”, contou em depoimento.
Anel
Miranda confirmou que o anel comprado por Fernando Cavendish foi uma forma de propina para Cabral. “Joia comprada por Fernando Cavendish foi uma forma de propina. O valor foi descontado do valor de propina que Cavendish pagava para a organização [de Cabral]”, afirmou.
Na semana passada, o ex-governador disse que a joia avaliada em mais de 800 mil reais dada de presente por Cavendish para sua mulher, Adriana Ancelmo, em 2009, foi “presente de puxa-saco”.
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