O ex-senador José Sarney, fez lobby pelo novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, junto ao presidente Michel Temer. De acordo com informações da jornalista Andréia Sadi, do G1, Sarney teria se encontrado com o presidente diversas vezes para pressionar a substituição de Leandro Daiello.
O delegado Fernando Segóvia já foi superintendente da PF no Maranhão, reduto eleitoral do ex-senador e segundo a jornalista os dois teriam ligação. Sarney e membros do PMDB, PT e PSDB, alvos da Operação Lava Jato, já tinham feito críticas em relação à condução dos trabalhos por Daiello e defendiam a substituição.
No fim de semana passado, o ex-senador esteve no Palácio do Jaburu, residência oficial do presidente, mas fontes do governo afirmaram que as pressões de Sarney se intensificaram no final de semana do dia 17 de setembro.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, também era um dos principais entusiastas na troca da diretoria-geral da PF.
- Foto: Divulgação/Associação Nacional dos Delegados da PFDelegado Fernando Segóvia, diretor-geral da PF
Ministro da Justiça indicou outro nome
Apesar de uma amizade de mais de 30 anos, o presidente Michel Temer preferiu não dar ouvidos ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, que indicou ao comando da Polícia Federal o delegado Rogério Galloro, número 2 na hierarquia da PF.
Torquato Jardim perdeu força na indicação do novo diretor após comentar que o governo estadual do Rio de Janeiro não controla a Polícia Militar e que o comando da corporação está ligado ao crime organizado. Temer pediu que Jardim não mais fizesse declarações públicas sobre o assunto.
Nota da Federação Nacionais dos Policiais Federais (Fenapef)
"A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) esclarece que embora seja contra a reserva de cargos de comando para delegados, entre os nomes cotados pelo Executivo, Segóvia é o que demonstrou mais condições de assumir os trabalhos do órgão nos próximos anos", diz o texto da nota.
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