Em entrevista ao GP1, o prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB), afirmou que não tem uma opinião formada sobre a polêmica do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que preocupa milhares de estudantes em todo o país, sobre a adiamento para uma parte dos candidatos, da prova marcada para este final de semana. Apenas no Piauí, quase dois mil alunos não farão a prova nos dias 05 e 06 de novembro, isso porque algumas escolas e universidades, onde o exame seria realizado, estão ocupados por estudantes que são contra a PEC, que tramita no Senado como PEC 55, e tem como objetivo congelar os gastos públicos por 20 anos.
“Eu não tenho uma posição formada, porque nunca me debrucei bem claro sobre esse assunto, mas acho que deveria ter um momento de diálogo maior para que pudesse ser feito de forma menos açodada. Essa radicalização não ajuda, porque não conduz a nenhum tipo de transformação, e ainda tem esse efeito colateral que é complicar a vinda do Enem, acho que deveria ser criado algo mais construtivo e amistoso”, declarou Firmino.
- Foto: Lucas Dias/GP1Prefeito Firmino Filho
Sobre a PEC que impõe teto aos gastos públicos, o prefeito ressaltou que é inócua, ou seja, não dá resultado nenhum. “Não sei porque tanta discussão sobre isso e porque o governo insiste tanto a importância dela. Hoje, nós temos um déficit de 170 bilhões de reais, ou seja, a despesa está acima da receita 170 bilhões, então o que o Governo está querendo é que a despesa fique congelada, mas moço ela já está esse valor acima da receita e o governo não diz como vai implementar receita para pagar logo essa diferença. O efeito não é contracionista de forma nenhuma, porque a despesa já está muito alta. Não sei porque o governo está tão animado com ela, mas também não vejo porque se bate tanto na tecla, porque ela é simplesmente inócua”, finalizou.
Aproveitando a discussão, Firmino complementou que o Enem deveria ser reformulado. “A questão do Ensino Médio de fato precisa ser debatida e reformada. Existe hoje uma taxa de evasão muito grande, porque basicamente o Enem não atende as expectativas da nossa juventude. Acho que essa prova não deveria ser feita apenas uma vez no ano, pois o planejamento original do Enem, feito por fundações independentes fora do Brasil, é para que ele fosse feito várias vezes, umas quatro ou cinco por ano, até para que os estudantes tivessem várias oportunidades de se testar. É uma coisa meio paranoica se preparar apenas para uma prova, e se você não tiver bem? Se tiver um problema de saúde na véspera? E se brigar com a namorada? Como é que vai ficar o resultado? Se tivesse várias edições, que não é uma coisa muito ruim a ser feita, a ocupação das escolas e universidades por exemplo, não prejudicariam o Enem”, concluiu.
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