Imagem: DivulgaçãoCunha recebe principal pedido de impeachment da Dilma
Deputados, juristas e representantes de movimentos populares protocolaram nesta quinta-feira (17) na Câmara dos Deputados um complemento ao principal pedido de afastamento da presidente da República Dilma Rousseff, protocolado pelo fundador do Partido dos Trabalhadores Hélio Bicudo no início do mês de setembro.
O documento foi entregue em mãos ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e recebeu adaptações feitas pelo jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior.
“O que fundamentalmente nos une, Bicudo e eu, é que somos lutadores antigos em prol dos direitos humanos. Lutamos contra a ditadura dos fuzis e agora estamos juntos para lutar contra a ditadura da propina. A ditadura da propina é mais insidiosa que a dos fuzis, que se apresentam e se fazem visíveis”, afirmou o jurista Reale Júnior, o primeiro a se pronunciar durante o ato que reuniu deputados da oposição e militantes pró-impeachment.
Reale citou ainda os escândalos do mensalão e do petrolão: “A ditadura da propina é aquela que corrói a democracia por dentro, que elimina a independência e a honradez dessa Casa através da compra de partidos políticos e de apoio de deputados. É pior que a ditadura dos fuzis, que se enfrenta frontalmente. A outra precisa ser descoberta. E foi descoberta”, prosseguiu Reale.
Nem o esforço da presidente Dilma em comparar o pedido de impeachment com uma “versão moderna de golpe” impediu um novo ato contra seu governo.
Quebra de protocolo
O presidente da Casa, Eduardo Cunha, não seguiu o protocolo ao aceitar o pedido de impeachment de Reale Júnior e Bicudo. Todos os pedidos foram apresentados a departamentos técnicos da Câmara. Cunha abriu o próprio gabinete, permitindo à imprensa acompanhar a entrega do pedido na sala da presidência.
No adiantamento, Miguel Reale incluiu novos detalhamentos no crime de responsabilidade fiscal, como a liberação de créditos suplementares sem autorização da Câmara.
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