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Política

Vaccari recebeu 15 milhões em propina, diz relator

As revelações foram feitas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia.

Imagem: Foto: Luis Macedo/Câmara dos DeputadosVaccari recebeu 15 milhões em propina, diz relator (Imagem:Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)Vaccari recebeu 15 milhões em propina, diz relator
João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, recebeu 15 milhões de reais em propina em parte das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). As revelações foram feitas pelo dono da UTC Engenharia, o empreiteiro Ricardo Pessoa, em acordo de delação premiada.
Para as obras da Central de Atividades do Comperj, o consórcio TCU, formado pelas empresas Odebrecht, UTC e Toyo, Ricardo Pessoa disse ter desembolsado 42 milhões de reais ao lobista Julio Camargo, 2 milhões de reais ao ex-gerente Pedro Barusco, quase 5 milhões de reais ao sucessor de Barusco na Petrobras, o também ex-gerente Roberto Gonçalves, e 15 milhões de reais a João Vaccari Neto.

Embora o nome de Roberto Gonçalves já tenha sido citado por outros colaboradores da justiça, entre todas as autoridades apontadas pelo delator, ele é o único que ainda não é investigado ou réu na Lava Jato.

Nesse consórcio, as companhias dividiam entre si qual delas pagaria propina no esquema do petrolão. Coube à UTC neste caso pagar a propina devida ao PT. Para dar legitimidade ao dinheiro, foi acertado que seriam feitas doações fracionadas até chegar o valor de 15 milhões de reais. O valor foi acertado com o chefe das finanças petistas na época, João Vaccari Neto.

Na obra da refinaria de Araucária (Repar), a UTC, consorciada com a Odebrecht e a OAS, ficou incumbida de pagar propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa e ao PP, que dava sustentação política ao então dirigente.

Entre 2008 e 2009, apenas neste empreendimento, foram pagos 10 milhões de reais em dinheiro vivo e lavados em três companhias do empresário Adir Assad, ele próprio um dos investigados na Operação Lava Jato.

Ricardo Pessoa disse que entregou à Justiça notas fiscais e cópias de contratos assinados pelas empresas de Adir Assad e UTC. De acordo com o chefe do Clube do Bilhão, essas empresas eram usadas para obter dinheiro em espécie que eram destinados ao pagamento de propinas a diretores da Petrobras e políticos.

Pessoa afirmou ao Ministério Público que firmava contratos superfaturados (com a Rockstar e Trombeta) ou fictícios (no caso da SM) e realizava pagamentos à empresas prestadoras. Essas empresas após descontar uma taxa e os impostos, devolviam a Ricardo Pessoa o saldo do superfaturamento dos contratos falsos.

Alberto Youssef era o responsável por levar a propina aos destinatários.

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