Imagem: Foto: Ueslei Marcelino/ReutersDilma demonstra preocupação do governo com manifestações a favor do impeachment
Nesta quarta-feira (16), a presidente Dilma Rousseff, em entrevista à Rádio Comercial de Presidente Prudente (SP), comparou um eventual processo de impeachment ao golpe militar de 1964. A presidente deixou claro a preocupação do governo com as manifestações a favor do impeachment. “Todos os países que passaram por dificuldades, você não viu nenhum país propondo a ruptura democrática como forma de saída da crise. Esse método, que é querer utilizar a crise como um mecanismo para você chegar ao poder, é uma versão moderna do golpe”, disse a presidente.
Segundo Dilma, há pessoas que não se “conformam” com o fato de o Brasil ser uma “democracia sólida”. Que tem legitimidade dada pelo “voto popular”. A presidente citou ainda a existência de pessoas que torcem para o pior acontecer, só para poderem “pescar em águas turvas”.
“Eu acredito que tenham ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que nós sejamos uma democracia sólida, cujo fundamento maior é a legitimidade dada pelo voto popular”, afirmou a presidente.
“Essas pessoas geralmente torcem pro quanto pior, melhor. E aí é em todas as áreas. Quanto pior, melhor, na área da economia. Quando pior, melhor na área da política. Todas elas esperando uma oportunidade para pescar em águas turvas”, concluiu.
Governo atento
A presidente, na última terça-feira (15), já havia usado o mesmo tom em entrevista no Palácio do Planalto. Dilma disse que fará tudo para impedir que movimentos não democráticos “cresçam e se fortaleçam” no Brasil.
De acordo com a presidente, o governo permanece “atento” a todas as tentativas de produzir “instabilidade” no Brasil.
Partidos da oposição e até da base governista – PSDB, PPS, DEM, PSC, PMDB, PTB E SD – lançaram na Câmara dos Deputados, um movimento a favor da abertura de um processo de impeachment da presidente da República.
“Bom pagador”
A presidente Dilma também comentou o fato do Brasil ter perdido o selo de “bom pagador” após a Standard & Poor’s rebaixar a nota de crédito do país.
“Muitos países nesta década passaram por situações difíceis e tiveram suas notas de risco rebaixadas. Isso aconteceu tanto com os Estados Unidos, em 2011, como também com a França, com a Itália e com a Espanha, em 2012. E agora aconteceu conosco. Todos os países foram muito maiores do que as suas notas. O Brasil é muito maior do que a sua nota também. Todos voltaram a crescer e assim vai ser com o Brasil também”, afirmou a presidente.
Rousseff falou ainda que o Brasil não enfrenta problema de crédito internacional e ressaltou que o governo vem tomando medidas para retomar o crescimento.
“Estamos honrando nossos compromissos e contratos. Não temos problemas de crédito internacional nem tão pouco problema para atrair investimento para o Brasil. Aliás, somos um dos países em que mais há a entrada de capital para isso”, disse.
“Nós também estamos tomando dois tipos de medida: uma é de controle da inflação e de equilíbrio fiscal do nosso orçamento federal e as outras são de estímulo ao crescimento, como programa de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos”, concluiu a presidente.
Economia “grande e diversificada”
Para a presidente Dilma, o Brasil é uma economia “grande e diversificada” e vai “atravessar o período de crise”.
“Nós somos a sétima economia do mundo e por isso vamos atravessar esse período de crise que muitos países passaram, que nós inclusive procuramos de todos os meios evitar, não foi possível. E vamos fazer todas essas medidas, tanto s de reequilíbrio ou ajuste fiscal e as de estímulo ao investimento, à agricultura para voltar a crescer e gerar emprego", afirmou a presidente.
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