Wellington Dias vai mobilizar governadores contra medida do Ministério da Fazenda

Na última sexta-feira (14), o Tesouro Nacional pediu à Comissão de Financiamentos Externos, órgão do Ministério da Fazenda, para que não sejam mais autorizados pedidos de empréstimos de Estados e Municípios a entidades internacionais, tais como o Banco Mundial e o Banco Interamericano, sob a justificativa de que é crescente endividamento desse gênero no Brasil. Em nota, o Ministério da Fazenda informou que a medida ficará em vigor até o Tesouro Nacional concluir um mapeamento da situação fiscal de cada um dos Estados.

Recém-chegado dos Estados Unidos, onde negociou empréstimos para o Piauí com o Banco Mundial, o governador Wellington Dias comentou a medida e a classificou como um desrespeito aos princípios federativos, além de afirmar que irá mobilizar os governadores de todo o Brasil para reverter a situação. A entrevista foi dada ao GP1 durante missa pelo aniversário de Teresina, na manhã deste domingo (16). “Sou Governo, sou do lado da presidente Dilma, mas, estarei mobilizando os governadores do país inteiro contra isso. É um desrespeito ao principio da federação, nós temos cinco Estados brasileiros, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas que têm problemas de endividamento, quando a gente soma os cinco estados maiores tomadores de empréstimos eles concentram em suas dividas 83,4% de todos os empréstimos do Brasil. Estados como o Piauí e mais outros 21 fizeram o dever de casa, nós fizemos um sacrifício muito grande na última década e nesta para poder cumprir com a lei de responsabilidade fiscal, o Piauí para poder prosseguir com o crescimento precisa de convênios e a União não tem a capacidade de ceder e nós temos a alternativa do empréstimo. O Congresso Nacional que vai decidir qual o nível de endividamento possível dos Estados e eu já liguei para o Presidente do Senado, Renan Calheiros, para dizer que nós não vamos aceitar essa posição”, afirmou Wellington Dias.

O governador ressaltou, no entanto, que, apesar da medida, o contrato de empréstimo assinado entre Piauí e o Banco Mundial está garantido.

“O que nós temos já contratado esses prosseguem. Eu estive agora no Banco Mundial e ele deu uma posição favorável ao contrato de empréstimo com o Piauí que em valores de hoje seria R$ 1 bilhão, o Piauí tem a condição de tomar esse empréstimo. Como é que eu vou privar um Estado que tem essa condição, que tem o dinheiro disponível? Quem vai pagar não é a União, que vai pagar é o Estado”, disse.