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Robert Rios quer CPI para investigar mortes na Evangelina Rosa

"Informações que já chegaram a mim revelam que o número real de mortes na maternidade poderá superar os homicídios ocorridos esse ano no Estado", disse.

O deputado estadual Robert Rios Magalhães revelou ao GP1 que no primeiro dia do retorno parlamentar vai solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as centenas de mortes de parturientes e recém-nascidos ocorridas na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina.

Robert Rios disse que de acordo com informações extraoficiais a quantidade real de óbitos pode ultrapassar o número de homicídios ocorridos no Piauí em 2015. Para ele, uma medida urgente precisa ser adotada antes que os casos se multipliquem.

“No primeiro dia de sessão eu vou solicitar a instalação de uma CPI para investigar o absurdo número de mortes de mães e bebês na Evangelina Rosa. Não é concebível uma coisa dessas. Algo de errado esta acontecendo e para descobrirmos será preciso fazer uma investigação urgente. Informações que já chegaram a mim revelam que o número real de mortes na maternidade poderá superar os homicídios ocorridos no ano passado no Estado. Isso precisa ser apurado”, reforçou o parlamentar.
Imagem: Germana Chaves / GP1Robert Rios (Imagem:Germana Chaves / GP1)Robert Rios

Mais um pedido

Essa será a terceira vez que Robert irá solicitar a abertura de uma CPI, no entanto, nas duas primeiras vezes ele não alcançou o objetivo por não ter conseguido as dez assinaturas necessárias para a instalação da Comissão. Questionado se estaria mais confiante dessa vez, o deputado foi cauteloso e colocou que dada a dimensão do problema, se houver algum tipo de impedimento dos deputados da base de Wellington Dias, o governo estará assumindo a culpa.

“Olha, eu espero de verdade que eu encontre a colaboração dos colegas de parlamento, pois se o Governo colocar algum empecilho, consequentemente, estará assumindo a culpa pelo o que vem acontecendo na maternidade”, falou Rios.

Números alarmantes

De janeiro até o mês de novembro de 2015, 313 óbitos de recém-nascidos e 17 mortes maternas foram registrados na Evangelina Rosa. 241 casos de natimortos, ou seja, bebês que já nascem mortos dentro útero da mãe, já foram registrados.

51,30% dos atendimentos neste período foram de pacientes vindas do interior do Piauí ou do Maranhão. Apenas 48,34% das mulheres são de Teresina, este é um dos principais fatores para superlotação da maternidade, apontada pela diretoria da Evangelina.

Comissão de deputados

Em dezembro de 2015, uma comissão de deputados visitou a maternidade, lá eles constataram a falta de estrutura em vários setores. Devido à situação critica, os deputados João de Deus (PT) e Evaldo Gomes (PTC), este último presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Piauí, disseram que vão solicitar a realização de uma audiência pública para deliberar sobre o caso.

O Governo

O governador Wellington Dias reconheceu que a maternidade “não suporta mais a demanda” e informou que novos investimentos serão destinados ao setor. Ele ressaltou que a obra do Hospital Materno Infantil, em Teresina, deverá ajudar a desafogar a Evangelina Rosa.
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