Nesta sexta-feira (23), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à rádio Metrópole em Salvador, afirmou que seria “desleal” com a presidente Dilma Rousseff caso pedisse a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Lula respondeu quando questionado sobre a possível substituição de Levy pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
“Isso não é verdade porque seria desleal com Dilma. Eu não seria desleal com Levy, nem seria desleal com Meirelles. Então, eu não sou presidente e não tenho direito de indicar ninguém. Eu só tenho direito de torcer para a presidente Dilma escolher as pessoas mais corretas", afirmou o ex-presidente.
Luiz Inácio expressou ainda sua felicidade ao saber da indicação de Levy por Dilma. "Eu disse ao próprio Levy, numa visita no meu escritório, de que a melhor notícia que Dilma tinha dado depois da vitória dela foi a indicação de Levy”, se safou das especulações.
Quanto ao pedido de impeachment da presidente Dilma, protocolado na Câmara nesta quinta, Lula disse não haver motivos para pedir o afastamento da presidente. A oposição pede o impeachment de Dilma por causa das “pedaladas fiscais” em 2015.
“Se você for analisar de forma muito sincera, não há nenhuma razão jurídica, não há nenhuma explicação a não ser atitude irracional de querer fazer o impeachment da presidente. O momento é difícil para presidente, para governadores e prefeito. Estamos em época de baixo investimento. Acho que a discussão começou errada e acho que as pessoas estão tomando juízo e isso vai acabar logo”, tentou explicar.
O ex-presidente negou uma possível articulação entre PT e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a fim de manter o deputado na presidência da Câmara. Cunha é o responsável por prosseguir ou arquivar os pedidos de impeachment,
“Não faço política com ilações. Acho que Eduardo Cunha tem que ter todo o direito de se defender, como eu quero com todo mundo desse país. Se ele for culpado, vai pagar como todo mundo desse país”, disse.
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