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Política

Aliado de Marina Silva se lança ao governo e desafia PSB de Eduardo Campos

Young iria para a Rede, mas, como Marina não conseguiu assinaturas suficientes para registrar o partido no ano passado, resolveu permanecer no PPS.

Aliado político da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o vereador paulistano Ricardo Young (PPS) lançou, durante um jantar com integrantes da Rede, seu nome ao governo de São Paulo. "A Rede não nasceu para ser subserviente aos projetos políticos tradicionais. Nós não nascemos para passar em branco nessas eleições. Então eu queria dizer para vocês que vou me colocar à disposição da candidatura para governo do Estado", discursou sob aplausos dos marineiros.

Young iria para a Rede, mas, como Marina não conseguiu assinaturas suficientes para registrar o partido no ano passado, resolveu permanecer no PPS. Boa parte daqueles que tentaram fundar o partido acabou abrigada no PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência.

Marina fechou um acordo com Campos segundo o qual o PSB teria candidato próprio em São Paulo e desistiria do projeto de apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB). O problema é que a máquina do partido quer indicar o deputado Márcio França para o posto de candidato. França é muito próximo dos tucanos e os integrantes da Rede temem que uma candidatura dele seja apenas de "fachada".

"Eu acho que a política também se faz com coragem e insubordinação. Nós estamos muito comportados. Nós não criamos a Rede para sermos comportados, nós criamos para fazer avançar a política, para puxar o PSB e o PPS para o nosso campo. Se a Rede considerar que o meu nome pode contribuir para o tensionamento dessa situação, contem comigo", afirmou Young.

A ideia inicial de Marina era lançar a deputada Luiza Erundina (PSB) ao governo. Ela, no entanto, recusou a oferta e complicou a negociação. Assim como o nome de França não é bem visto pelo grupo da ex-ministra, o PSB também não mostra disposição em aceitar um quadro ligado à Rede, como o deputado Walter Feldman.

Desponta como uma opção mais neutra o nome do advogado Pedro Dallari, filiado ao PSB. Para concorrer, no entanto, ele teria que deixar o posto de coordenador da Comissão Nacional da Verdade.

A chance de Young sair candidato é baixíssima, pelo menos no momento. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, afirmou que o projeto do partido é permanecer aliado aos tucanos paulistas e apoiar a reeleição de Alckmin.
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