Receoso de que tenha sido bisbilhotado dentro do próprio governo do Distrito Federal, o vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) decidiu pedir formalmente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) explicações sobre a suposta rede de espionagem ilegal que teria sido montada na Casa Militar. A suspeita azedou a relação do governador Agnelo Queiroz (PT) com o vice, que comanda no DF o principal partido da base aliada.
Segundo denúncias da oposição, um núcleo de inteligência, supostamente montado pelo coronel Rogério Leão, chefe da Casa Militar do governador, teria quebrado sigilos pessoais de cerca de 80 pessoas e grampeado autoridades, jornalistas e políticos - de adversários a aliados de Agnelo. Entre eles estariam o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), o jornalista Edson Sombra, que edita um blog crítico ao governo e o próprio Filippelli, maior beneficiário de um fracasso de Agnelo.
Filippelli já havia feito a mesma consulta ao Ministério Público local, que, numa investigação de rotina, teria descoberto a existência de uma rede de grampos no Palácio do Buriti. Mas, diante de resposta ambígua, recebida nesta sexta, ele resolveu recorrer às instâncias federais.
"Prefiro não acreditar que algo tão absurdo tenha acontecido", disse o vice por meio de nota. Ele alega que desconhece a existência do núcleo de inteligência, mas por uma questão institucional e para preservar o governo, decidiu dirimir a dúvida.
Na resposta que deu à consulta, o MP do DF alega que não há "nenhuma investigação em curso que envolva as notícias" relacionadas à rede de espionagem. Mas ressalva que, por ser governador, Agnelo goza de foro especial no STJ e na PGR. Uma vez que os fatos divulgados na imprensa implicam o governador, anota a instituição, "a atribuição para instaurar procedimento administrativo investigatório é do próprio Ministério Público Federal".
CPI. A suspeita da rede de espionagem, objeto de uma CPI instalada na Câmara Distrital, começou depois que Francischini, que é delegado federal, descobriu que seus dados foram acessados no Infoseg - rede protegida de dados de Segurança Pública dos cidadãos de todo o País, administrada pelo Ministério da Justiça - por dois militares ligados ao coronel Leão.
Pelo porta-voz, Ugo Braga, o governador negou as acusações e disse que sua relação com Filippelli é respeitosa e baseada na confiança mútua.
Principal suspeito de comandar a rede, o coronel Leão informou que os dois militares "fizeram consultas legais e devidamente identificadas" ao Infoseg sobre Francischini e Sombra porque eles "haviam convocado ato público e incitado a população a destruir casa comercial de familiares do governador, que são alvos de proteção legal".
Francischini pediu a prisão do governador por causa do incidente. O governador já responde a inquérito criminal no STJ e virou alvo também das atenções da CPI do Cachoeira, que investiga ligações de autoridades do seu governo com a organização criminosa desmantelada pela Operação Monte Carlo. Desde o início do governo, a relação entre Agnelo e Felippelli é de discreta desconfiança.
Os dois sempre nutriram distância política, mas fizeram uma aliança eleitoral forçada em 2010 por causa da coalizão nacional.
Segundo denúncias da oposição, um núcleo de inteligência, supostamente montado pelo coronel Rogério Leão, chefe da Casa Militar do governador, teria quebrado sigilos pessoais de cerca de 80 pessoas e grampeado autoridades, jornalistas e políticos - de adversários a aliados de Agnelo. Entre eles estariam o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), o jornalista Edson Sombra, que edita um blog crítico ao governo e o próprio Filippelli, maior beneficiário de um fracasso de Agnelo.
Filippelli já havia feito a mesma consulta ao Ministério Público local, que, numa investigação de rotina, teria descoberto a existência de uma rede de grampos no Palácio do Buriti. Mas, diante de resposta ambígua, recebida nesta sexta, ele resolveu recorrer às instâncias federais.
"Prefiro não acreditar que algo tão absurdo tenha acontecido", disse o vice por meio de nota. Ele alega que desconhece a existência do núcleo de inteligência, mas por uma questão institucional e para preservar o governo, decidiu dirimir a dúvida.
Na resposta que deu à consulta, o MP do DF alega que não há "nenhuma investigação em curso que envolva as notícias" relacionadas à rede de espionagem. Mas ressalva que, por ser governador, Agnelo goza de foro especial no STJ e na PGR. Uma vez que os fatos divulgados na imprensa implicam o governador, anota a instituição, "a atribuição para instaurar procedimento administrativo investigatório é do próprio Ministério Público Federal".
CPI. A suspeita da rede de espionagem, objeto de uma CPI instalada na Câmara Distrital, começou depois que Francischini, que é delegado federal, descobriu que seus dados foram acessados no Infoseg - rede protegida de dados de Segurança Pública dos cidadãos de todo o País, administrada pelo Ministério da Justiça - por dois militares ligados ao coronel Leão.
Pelo porta-voz, Ugo Braga, o governador negou as acusações e disse que sua relação com Filippelli é respeitosa e baseada na confiança mútua.
Principal suspeito de comandar a rede, o coronel Leão informou que os dois militares "fizeram consultas legais e devidamente identificadas" ao Infoseg sobre Francischini e Sombra porque eles "haviam convocado ato público e incitado a população a destruir casa comercial de familiares do governador, que são alvos de proteção legal".
Francischini pediu a prisão do governador por causa do incidente. O governador já responde a inquérito criminal no STJ e virou alvo também das atenções da CPI do Cachoeira, que investiga ligações de autoridades do seu governo com a organização criminosa desmantelada pela Operação Monte Carlo. Desde o início do governo, a relação entre Agnelo e Felippelli é de discreta desconfiança.
Os dois sempre nutriram distância política, mas fizeram uma aliança eleitoral forçada em 2010 por causa da coalizão nacional.
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