MPF vai investigar denúncias de desvio de dinheiro público no valor de R$ 4 milhões para ONG do PI

O jornal Estado de São Paulo divulgou nesse final de semana reportagem sobre o programa "Segundo Tempo" do Governo Federal, onde em alguns estados brasileiros, quem o dirige são membros do PC do B. O Piauí é um dos estados que possui o programa.
No Piauí, os locais destinados à realização do projeto são precários e sem estrutura. O programa “Segundo Tempo” recebe o valor de R$ 4,2 milhões do Ministério de Esporte e é controlado pela Federação das Associações dos Moradores do Piauí (Famepi), entidade ligada ao PC do B.
Raimundo Mendes da Rocha é presidente da Famepi e dirigente do PC do B no Piauí. Pelo menos nove integrantes da direção da federação fazem parte do comando regional do partido. Essas pessoas são designadas para coordenar o Segundo Tempo nos bairros cadastrados no Ministério do Esporte. E todas trabalharam em 2010 pela reeleição do deputado federal Osmar Júnior, presidente regional do PC do B, líder do partido na Câmara e aliado do ministro Orlando Silva.

Outra denúncia é a de que os dirigentes da Famepi são acusados de punir associação de moradores que não elegeu quem eles queriam.

No ano passado a Associação de Moradores do Alto da Ressurreição elegeu novo comando. Quem ganhou foi uma filiada do PSDB, revoltados com a eleição, membros do PC do B retiraram do bairro o Programa Segundo Tempo.

"Queriam que gente fizesse o Segundo Tempo, mas desde que só o pessoal deles, contratado por eles, tocasse o projeto. E ainda queriam que pagássemos a merenda. São desonestos", disse Maria Zélia Honório da Silva, a tucana que agora preside a associação.

Ministério Público Federal
Sobre as denúncias a equipe do GP1 entrou em contato com o Ministério Público Federal no Piauí que através da assessoria informou que o procurador Marco Túlio Lustosa Caminha vai avaliar as denúncias e no momento oportuno vai agir.