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Política

Sindicato acusa governador do Piauí de excluir classe médica da Câmara de Combate ao Crack

"Se não há a presença do médico para lidar com quadros de gravidade, que necessitam de intervenção médica, estamos vulnerabilizando a saúde da população", afirma presidente do CRM-

O governador do Piauí, médico Wilson Martins, ex-presidente da Associação Piauiense de Medicina instalou na semana passada a Câmara Estadual de Combate ao Crack e outras Drogas, comissão que reúne órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de instituições de ensino e entidades da administração pública e da sociedade civil, bem como a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí. Entretanto, o governador não incluiu a classe médica no combate a essa epidemia de crack que se instalou no Estado e que é, sobremaneira, um problema de saúde pública.
Imagem: Wanessa Gommes do GP1Governador Wilson Martins(Imagem:Wanessa Gommes do GP1)Governador Wilson Martins
As entidades médicas: Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI), Conselho Regional de Medicina (CRM) e Associação Piauiense de Medicina (ASPIMED), não receberam convite para compor a referida Câmara. Ressalta-se por mérito e consideração que, nem mesmo a Associação de Psiquiatria foi convidada para tal comissão.

“Entendemos que o consumo, o tratamento e as consequências do uso do crack constituem um grande problema, que só pode ser solucionado por meio de esforço conjunto de toda sociedade. E nós médicos temos papel fundamental na elaboração de ações preventivas e terapêuticas que subsidiem o tratamento dos dependentes dessa droga. De toda forma, a população tem no médico um responsável legal pela assistência a esta problemática, tendo em vista ser um problema de saúde pública”, explica Lúcia Santos, presidente do SIMEPI.

O tema crack tem sido bastante debatido nos encontros médicos realizados em todo o país. No final do ano passado o Conselho Federal de Medicina (CFM) promoveu o I Fórum Nacional sobre Aspectos Médicos e Sociais Relacionados ao Uso do Crack. No evento foram discutidos aspectos técnicos e éticos do consumo e do tratamento do usuário, o papel institucional do Estado, as propostas dos Ministérios da Saúde e da Educação para o combate ao crack, entre outros assuntos.

“O consumo, tratamento e conseqüências do uso dessa droga constituem um problema multidisciplinar. Se não há a presença do médico para lidar com quadros de gravidade, que necessitam de intervenção médica, estamos vulnerabilizando a saúde da população”, ressalta o presidente do CRM/PI, Fernando Gomes Correia Lima.
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