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Agespisa realiza corte de água sem cobrança judicial e moradores ficam sem água no Piauí

O portal GP1 recebeu um e-mail com uma denúncia feita pelo professor Gonçalo Carvalho Filho contra a atuação da Agespisa na cidade de São João do Piauí.

O portal GP1 recebeu um e-mail com uma denúncia feita pelo professor Gonçalo Carvalho Filho contra a atuação da Agespisa na cidade de São João do Piauí.

Na denúncia Gonçalo afirma que a Agespisa está cortando o fornecimento de água de inadimplentes na cidade de São João do Piauí sem fazer judicialmente a cobrança e sem aviso prévio aos moradores.

Em fevereiro deste ano o Procon proibiu a Agespisa de fazer corte no fornecimento de água da capital, Teresina, de moradores inadimplentes, sem cobrança judicial. Mas essa decisão é válida apenas para a capital. Em alguns bairros da cidade de São João do Piauí não há o abastecimento de água e mesmo assim é cobrada a tarifa na conta.

Outra denúncia feita é que o fornecimento de água é feito através de tubulações de amianto, um produto comprovadamente prejudicial à saúde humana (que causa câncer), tanto o é, que em vários estados brasileiros, inclusive em São Paulo, há anos foi proibido o uso desse produto na fabricação de tubulações e caixas d’água.

Mês passado, segundo Gonçalo, moradores do bairro Alto Caixa D’água, em São João do Piauí, ficaram sem água durante 11 dias.

De acordo com informações da moradora Maria das Mercês Barbosa da Silva, de São João do Piauí, ela se mudou há dois meses para uma casa e com menos de dois meses recebeu um talão de água da Agespisa informando que há 12 meses a conta estava atrasada e que se ela não efetuasse o valor de R$ 304,17 no prazo de 30 dias a água seria cortada, mas antes do vencimento funcionários foram até a residência e realizaram o corte da água. Maria das Mercês conta que ficou indignada “Cheguei aqui e fiquei aguardando o talão chegar, mas quanto veio já foi um absurdo! Eles vieram e cortaram a água e disseram que só não iam me dá uma multa porque eu tinha pouco tempo que tinha chegado aqui. Mas não tem problema não, quando chegar no dia 03, que eu receber minha mixaria, eu vou lá e negocio”.

Veja a conta de água
Imagem: ReproduçãoConta de água(Imagem:Reprodução)Conta de água
Imagem: DivulgaçãoFamíla da dona Maria das Mercês(Imagem:Divulgação)Famíla da dona Maria das Mercês
Indignado com a forma como a Agespisa vem tratando os moradores mais humildes e de cidades do interior, Gonçalo desabafou “Diante deste fato nos perguntamos: as Leis podem se sobrepor à dignidade humana? Os interesses meramente econômicos de empresas justificam práticas como as adotadas, neste caso, pela AGESPISA, que simplesmente ignora que “a água é um bem vital e não pode ter seu acesso proibido”, muito menos à crianças, idosos e portadores de necessidades especiais. As palavras simples de D. Maria das Mercês são emblemáticas: “Aqui comigo, nessa casinha de dois “cômbidos”, morram nove crianças e essa moça, e mais esse rapaz, que são meus filhos e uma mocinha. Eu não tenho condições de pagar as prestações atrasadas, só se for na parcela, né? porque meu pagamento é pouco, aí tem os filhos prá dar de comer também. Compro uma feira, faço uma compra de seiscentos reais e tenho que dividir com os filhos, porque tudo são pobres, né? E eu sustento toda a barra, mas Deus me dar um jeito d’eu viver! Deus é aquele pai!”
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