A bancada do Partido Progressistas (PP) na Câmara dos Deputados deve formalizar, na próxima terça-feira (29), o apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Casa. O PP, que possui 50 parlamentares e é a quarta maior bancada, se torna peça-chave na disputa pela sucessão do atual presidente, Arthur Lira (PP-AL).
Além de liderar nos bastidores o apoio a Motta, Lira conta com o respaldo do senador Ciro Nogueira , presidente nacional do PP, para consolidar a escolha pelo nome do Republicanos. Segundo Nogueira, a decisão em torno de Hugo Motta foi tomada em consenso dentro do partido. "Estamos unidos em torno do Hugo Motta", disse o presidente nacional da sigla.
O senador afirmou que a distribuição de cargos seguirá o critério de proporcionalidade entre as bancadas. O movimento em favor de Motta é um golpe para as outras candidaturas, lideradas por Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), que agora tentam reestruturar alianças na corrida eleitoral.
A disputa pela presidência da Câmara, prevista para fevereiro de 2025, promete reorganizar o bloco do Centrão e influenciar diretamente a distribuição de cargos estratégicos nas comissões. Motta tem buscado apoio do Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, para fortalecer sua candidatura. A renúncia de Marcos Pereira (Republicanos-SP) abriu caminho para a consolidação de Motta como o principal nome da base do atual presidente da Casa.
O "superbloco" liderado por Arthur Lira, que inclui partidos como PP, União Brasil e PSB, começou a se fragmentar após o anúncio de Hugo Motta como sucessor preferido. Parte dos aliados de Lira esperava que Elmar Nascimento fosse o escolhido, gerando atritos dentro do bloco. Por outro lado, Elmar e Antônio Brito têm se aproximado de partidos alinhados ao governo, como PDT e PSB, na tentativa de formar um novo bloco competitivo.
Nos bastidores, Lula tem adotado uma postura cautelosa e recebido todos os candidatos sem declarar apoio público a nenhum deles. Enquanto o governo busca preservar sua estabilidade, Elmar e Brito tentam consolidar uma coalizão capaz de unir MDB, Solidariedade, PRD e outros partidos, o que poderia resultar em mais de 330 votos favoráveis em fevereiro.