Um levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), por meio da Gerência de Análise Estatística e Criminal, revelou que mais de 30% dos homens vítimas de homicídio na região metropolitana de Teresina em 2023 não possuíam antecedentes criminais. Os dados foram divulgados nessa terça-feira (16).
Por outro lado, 69% das vítimas tinham envolvimento em crimes como roubo, tráfico e homicídio. Segundo o secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, o envolvimento no mundo do crime é um dos fatores que mais contribui para as Mortes Violentas Intencionais (MVIs).
“Essas mortes ocorrem, principalmente, em decorrência do tráfico de drogas ou por algum tipo de envolvimento com organizações criminosas. Muitos desses homens, grande parte deles jovens, são mortos logo depois de deixarem o sistema prisional, por isso temos dialogado junto ao Poder Judiciário e Ministério Público para que mantenham essas pessoas encarceradas, para que cumpram suas penas, responsabilizando aqueles que cometeram crimes e evitando que vidas sejam ceifadas”, afirmou o secretário de Segurança Pública.
Já nos três primeiros meses de 2024, o percentual dessas ocorrências referentes às pessoas com antecedentes criminais é de 60,32% na capital e região metropolitana. Em âmbito estadual, esse índice é de 57,98%.
Para o delegado João Marcelo Brasileiro, essas informações são necessárias para que as Forças de Segurança, especialmente através da Diretoria de Inteligência, apurem a fundo as circunstâncias que envolvem esse tipo de crime. “Isso é importante porque o estudo do fator do MVI, dentre outros, permite que a Secretaria de Segurança elabore políticas e estratégias eficazes de enfrentamento ao homicídio doloso no estado do Piauí, de modo a reduzir ainda mais as vítimas desse crime”, declarou o delegado.
O diretor de Inteligência da SSP-PI, delegado Anchieta Nery, comentou que conhecer o perfil das vítimas é crucial para entender o porquê delas terem se tornado alvos desses crimes. “Compreendendo totalmente o fenômeno, a gente, enquanto Estado, tenta agir para evitar esse crime. E caso não evite, a gente tenha informações e a condição necessária para poder reprimir esse crime. Então, o estudo mostra que infelizmente aquela que se envolve com a atividade criminosa violenta, crimes de roubo, de tráfico, indiscutivelmente em um futuro próximo pode se tornar vítima de homicídio”, concluiu Anchiêta Nery.
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