O delegado Oto Andrade Teixeira, da Polícia Federal no Piauí, concedeu no final da manhã desta quarta-feira (15) entrevista coletiva sobre a Operação Paradoxo deflagrada para cumprir mandados de busca e apreensão nas Prefeituras de Ipiranga do Piauí e São Luís do Piauí.
De acordo com o delegado, nesse momento das investigações não houve a necessidade de solicitar prisões. “A prisão preventiva após alterações do pacote anticrime tornou-se a última situação, então a gente já tem um contexto probatório muito bom a respeito dos fatos, mas a custódia cautelar dessas pessoas deve ser avaliada com muita prudência, por esse motivo não foi pedida a prisão preventiva nessas investigações, que ainda estão em andamento”, afirmou Oto Andrade.
“A ação de hoje foi para fazer um apanhado geral do que já se conhecia, então, as investigações seguem no sentido de apurar não só a prática de novos crimes, mas também eventuais participações de outras pessoas”, completou o delegado Oto Andrade.
Ainda segundo o delegado, o material apreendido está relacionado a licitações públicas, como documentos, comprovantes de transferências bancários entre outros que não puderam ser detalhados.
As empresas atuavam em diversos ramos, mais especificamente nas contratações referentes a obras e serviços. “Assim que a empresa recebia o dinheiro referente a um processo locatário, o servidor recebia uma transferência da mesma empresa. O que seria uma vantagem indevida ou, como mais conhecida, propina”, disse o delegado Oto Andrade.
A operação
Cerca de 25 policiais federais e três auditores da CGU cumpriram, na manhã desta quarta-feira (15), nove mandados judiciais de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Piauí nos municípios de Picos, Ipiranga do Piauí e São Luís do Piauí. A polícia também cumpriu mandados nas sedes das Prefeituras de Ipiranga do Piauí e São Luís do Piauí.
As investigações apontaram que houve repasses vultosos de valores de empresas sediadas em Picos para agentes púbicos vinculados a municípios dessa microrregião. Consta ainda que, por diversas vezes, esses repasses ocorreram nas mesmas datas dos pagamentos realizados às empresas relativos a obras e serviços executados nos municípios envolvidos.
A investigação apura esquema de corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro existente entre empresários e servidores públicos dos municípios.
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