O Ministério Público se manifestou favorável ao pedido de decretação da perda da patente do capitão Allisson Wattson da Silva Nascimento, acusado de matar a namorada Camilla Abreu, na representação pela perda da graduação que tramita no Tribunal de Justiça.
A promotora Ana Isabel de Alencar Mota Dias, atuando por delegação da Procuradoria Geral de Justiça, opinou pela procedência para que o Tribunal de Justiça decrete a perda da graduação “com a consequente a perda do soldo e remuneração pagos pelos cofres públicos estaduais”.
- Foto: Facebook/Camilla Abreu e Allisson Wattson Camilla Abreu e Allisson Wattson
Segundo o parecer, juntado aos autos na última quinta-feira (08), “existem nos autos elementos suficientes para comprovar que o comportamento irregular oficial justificante fere a ética e o dever militares, afetando a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, há de ser o mesmo considerado culpado, incapaz de permanecer na ativa e indigno do oficialato”.
A representação está conclusa ao relator, desembargador José Francisco do Nascimento.
O processo foi enviado ao TJ porque segundo a Constituição Federal, apenas o Tribunal de Justiça e tribunais militares permanentes podem declarar a perda de posto e patente de oficiais.
Entenda o caso
A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí concluiu, em 8 de fevereiro deste ano, o processo administrativo contra o capitão Allisson Wattson. Considerado culpado, foi pedida a sua expulsão da corporação. A decisão foi lida na sede do Conselho de Justificação da Polícia Militar para os familiares de Camilla, o próprio capitão Allisson Wattson e pessoas ligadas a ele.
No dia 3 de maio, o governador Wellington Dias assinou a decisão que encaminha o processo de exoneração ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ), que vai decidir se o acusado perderá o posto e patente.
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro do jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer.
O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
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