Cerca de 1.200 criminosos estão fora do sistema prisional no Piauí. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), esse total é dividido em número de criminosos com mandado de prisão em aberto e número de detentos que são fugitivos ou foragidos.
Para o vice-presidente do sindicado, Kleiton Holanda, o número é crítico e o anúncio da inauguração da Casa de Detenção de Campo Maior, que terá capacidade para 160 vagas e está prevista ainda para este semestre, não vai resolver a situação.
“Se contarmos 600 mandados de prisão em aberto e 600 presos fugitivos ou foragidos seriam preciso 3.700 vagas seriam necessárias para hoje. A abertura de 160 não é suficiente, esse novo presídio não está sendo aberto para dar folga a nenhum presídio, só para atender metade das delegacias que estão lotadas”, informou Kleiton Holanda.
- Foto: Lucas Dias/GP1Kleiton Holanda
Segundo o Sinpoljuspi, atualmente o déficit de vagas do sistema prisional do Estado é de 2.500 vagas e a abertura da nova unidade atenderia a apenas cerca de 10 a 12% desse total. “O sistema carcerário do Piauí ainda é precário. É com tristeza que vemos a situação do jeito que está. Entregamos um relatório para a Secretaria de Justiça em 2015 e sequer foi feito 10% do que precisava”, explicou Kleiton Holanda.
A Secretaria da Justiça do Piauí (Sejus) afirma que a superlotação dos presídios é uma realidade que afeta o sistema penitenciário de todo o país e que está ampliando a capacidade de lotação do sistema prisional, reformando e construindo novas unidades penitenciárias, com o objetivo de reduzir o excedente prisional.
Além da Casa de Detenção de Campo Maior, a Sejus anuncia a abertura de outras unidades como da Cadeia Pública de Altos (600 vagas), prevista para ser entregue até 2018, e a Central de Triagem de Teresina, com 160 vagas, que está em fase de conclusão.
Outras unidades estão em fase de projeto, como as novas penitenciárias de Oeiras (196 vagas) e Bom Princípio (334 vagas). A Secretaria da Justiça afirma também que está ampliando vagas nas penitenciárias de Picos (70) e na Irmão Guido, em Teresina (50 vagas).
“Trabalhamos em duas frentes, uma com novos presídios e ampliando os já existentes, e outra com as instituições do sistema de justiça, efetivando medidas que reduzam a superlotação existente e o índice de encarceramento”, pontuou o secretário da Justiça, Daniel Oliveira.
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