A defesa de Anderson Ranchel Dias de Sousa, preso pela Polícia Civil na Operação Prodígio, acusado de chefiar o esquema de fraude contra o Banco Santander, ingressou na tarde desta quarta-feira (13) com habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça pedindo sua soltura. A quadrilha é suspeita de atuar em um esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões ao Banco Santander e parte desse desmonte, R$ 5 milhões, foi contra agências localizadas no Piauí.
Negando sua participação e afirmando que nada foi encontrado em seu poder que tenha ligação com o suposto crime, a defesa frisa que as acusações em relação a ele “são frívolas”, sem suporte em base real.
Segundo o habeas corpus, a prisão tem como base mera informação do gerente do Santander, que "não juntou nenhuma planilha comprovada [SIC] de valores descritos, que possam provar todas as acusações que foram inseridas contra o paciente [Anderson] no decorrer das investigações".
A petição chega a dizer que o acusado está sendo alvo de lawfare, que vem a ser o uso ou manipulação das leis como arma, desrespeitando os procedimentos legais e os direitos do indivíduo que se pretende eliminar e ressalta que Anderson “foi alvo de diversos métodos de investigação ilegais, que sempre deixaram evidente o castelo teórico construído pela operação prodígio visando condená-lo sem provas”.
Defesa copiou trecho da defesa de Lula
Trecho do habeas corpus foi copiado, sem o crédito necessário, da defesa do presidente Lula, em ação penal que tramitou na 13ª Vara Federal de Curitiba: “As denúncias de arbítrios contidas nos referidos autos em epígrafe, não ficam registradas apenas para a jurisdição, mas, seguramente, para a História, que será revisitada pelas gerações futuras. E neste dia, como afirmou o Ministro EROS GRAU, se saberá quem era cada um de nós”.
Risco de ser morto na prisão
A peça inicial relata que Anderson Ranchel corre o risco de ser assassinado dentro do presídio por Handson Ferreira Barbosa, também preso na operação, por conta de uma dívida de R$ 30 mil, e que supostamente estaria na mesma cela.
O habeas corpus foi distribuído ao Pleno do Tribunal de Justiça e o desembargador Pedro de Alcântara Macedo, relator sorteado, que vai decidir quanto ao pedido de liminar.
Operação Prodígio
A Superintendência de Operações Integradas - SOI, em conjunto com as Diretorias de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil do Piauí, deflagrou nas primeiras horas do dia 5 de setembro a “Operação Prodígio” para dar cumprimento a 25 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão temporária nas cidades de Teresina, Floriano, Amarante e Nazaré do Piauí, contra um grupo acusado de atuar em um esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a uma instituição financeira.
Conforme as investigações, desse valor, R$ 5 milhões são relacionados a fraudes praticadas em contas bancárias de agências localizadas no Piauí. A fraude consistia na cooptação de pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos que levassem o banco a aumentar o limite de crédito desse cliente. Uma vez aberta a conta, a associação criminosa simulava uma série de transações bancárias para “esquentar” a conta, de forma que o banco entendesse que aquela renda declarada era legítima.
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