Rafael Fonteles lança campanha "Março Mulher 2023" no Palácio de Karnak

O Governo do Estado do Piauí, através da Secretaria de Estado das Mulheres (Sempi) lançou a campanha “Março Mulher 2023” no início da tarde desta quarta-feira (08), em solenidade realizada no Palácio de Karnak, em Teresina. Além disso, foram anunciadas várias políticas na área da educação, com o projeto “Vamos nas escolas”, e nas áreas de trabalho e renda, para quem atuará na capacitação de mulheres a fim de que elas tenham autonomia econômica e financeira.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles, pontuou à imprensa a importância das ações e destacou que as medidas serão importantes para promover igualdade de gênero. “É um dia especial para nós, que entendemos a importância de termos um governo firme nessa direção de promover a igualdade entre homens e mulheres, de enfrentar a violência contra a mulher de maneira firme e eficiente. Então, a gente aproveita o Dia Internacional da Mulher, além de parabenizar as mulheres do Piauí e do Brasil, para anunciar ações concretas nesse sentido que falei, de mais oportunidades para as mulheres empreenderem no campo e nas cidades, para que elas possam ser mais protegidas e que o estado possa de maneira mais adequada à violência contra a mulher”, destacou o governador do Piauí.

• Canal de Denúncias

Um ponto de destaque durante o lançamento da campanha é o protocolo “Ei Mermã, Não se Cale”, realizado em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, que visa combater a violência contra à mulher, problemática crescente nos últimos anos. A secretária da Mulher, Zenaide Lustosa, apontou que o protocolo é voltado para atuação em bares e restaurantes e deve colaborar no acolhimento às mulheres em situação de violência através da capacitação de profissionais desse setor.

“É um protocolo dialogado com a sociedade, foram ouvidas mais de 1.500 mulheres para a gente apresentar essa proposta no dia 8 de março. Dentro do protocolo você tem várias ações, capacitações tanto de profissionais da Segurança, Assistência Social, Saúde, do Governo, das Prefeituras, como também a capacitação de bares e restaurantes para fazerem acolhimento das mulheres e encaminhá-las para as redes de atendimento”, afirmou Zenaide.

Para a delegada de Polícia Civil e atual diretora do Departamento Estadual de Proteção à Mulher, Bruna Fontenele, o acolhimento e a humanização nas delegacias são essenciais para incentivar vítimas a denunciarem. “Há muitos fatores que inibem a mulher de denunciar: vergonha social, apego à família do companheiro, filhos. Mas não cabe a nós julgar os motivos dessa mulher, o que cabe a nós é orientá-la para que ela seja informada dos seus direitos, seja acolhida. Nas delegacias especializadas de atendimento às mulheres da capital e na Central de Gênero hoje nós temos psicólogas e assistentes sociais para fazer esse primeiro acolhimento da mulher.

Bruna também falou sobre a Operação Atria, que mobilizou todos os estados da federação e resultou no cumprimento de 11 mandados de prisão no estado do Piauí. “Todos os estados da federação estão se mobilizando no cumprimento de mandados de prisão, fiscalizando denúncias, verificando medidas protetivas de urgência. Hoje, por exemplo, nós já temos 11 mandados de prisão cumpridos. Então é uma mensagem que eu dou para as vítimas. Esses mandados só foram cumpridos porque a mulher foi até a Delegacia, ela confiou na Polícia, confiou na Justiça, confiou no nosso trabalho”, elucidou.

Luta feminina

Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o 8 de março é uma data celebrada no mundo todo para relembrar a luta por direitos iguais. Um fato bastante associado à data é o incêndio em uma fábrica de roupas femininas na cidade de Nova York, que matou 146 trabalhadores, sendo a maioria deles mulheres que lutavam por melhores condições de trabalho e diminuição da carga horária de trabalho.

A ex-governadora e atual secretária da Assistência Social, Regina Sousa, relembrou que mesmo sendo maioria da população, as mulheres não possuem representação majoritária na política, pois só possuem 20% das vagas no parlamento brasileiro. Para ela, apenas a educação e desconstrução podem mudar esse cenário.

“Foi sempre sofrimento a nossa luta, é cultural a questão do machismo, que é projetada na cabeça desde que a pessoa nasce. Tem mulher machista também, porque os valores são machistas. Então a desconstrução é nossa tarefa e é por isso que a gente sofre, que a gente é violentada, que a gente não é empoderada o suficiente, somos metade da população e não temos 20% das vagas no parlamento brasileiro”, concluiu Regina Sousa.