A 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí negou mais uma vez pedido de liberdade ao empresário Gustavo Soares Santos, acusado de envolvimento no latrocínio da jovem estudante de Medicina, Flávia Cristina Wanzeler Sampaio. A decisão foi dada no dia 27 de setembro deste ano e o relator foi o desembargador Erivan Lopes.
A defesa alegou no pedido que a decisão que decretou a prisão preventiva do empresário, no dia 28 de agosto deste ano, não indicou os indícios suficientes de autoria, tampouco elementos subjetivos necessários para a aplicação da medida cautelar.
Argumentou ainda que o empresário é primário, possui bons antecedentes, emprego lícito e residência fixa, fazendo jus a concessão da liberdade provisória. Ao final, requer a concessão da ordem, expedindo-se alvará de soltura, com ou sem medidas cautelares diversas.
Em seu voto, o desembargador Erivan Lopes destacou que “a decisão da medida liminar apresentou fundamentos fáticos e jurídicos que justificam a denegação da ordem de Habeas Corpus”.
O magistrado reforçou ainda que elementos corroboram para a participação de Gustavo Soares no crime, tendo em vista que se apurou que o veículo gol cinza, EHW-9J04, utilizado no crime teria sido locado por Gustavo Soares Santos no dia 17/01/2023.
Um primeiro pedido de liberdade já havia sido negado no mês de junho.
Condenação dos outros acusados
A Justiça do Piauí condenou à prisão os criminosos Francisco Emanoel dos Santos Gomes, Antônio Cleison Barbosa Silva e Denilson Weviton Santos Nicolau, pelo assassinato da estudante de Medicina Flávia Cristina Wanzeler Sampaio, crime ocorrido no dia 12 de fevereiro deste ano, na zona leste de Teresina. Na decisão, proferida no domingo, 13 de agosto, o juiz João Antônio Bittencourt Braga Neto fixou penas que totalizam mais de 78 anos de reclusão.
Francisco Emanoel dos Santos Gomes, o "Biel", foi condenado a 31 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão e ao pagamento de 44 dias-multa. Sua pena foi a maior, uma vez que as investigações concluíram que o tiro que matou a jovem partiu da arma dele.
Já Antônio Cleison Barbosa Silva, o "Macapá", e Denilson Weviton Santos Nicolau, o "Ceará", foram sentenciados a 23 anos e 4 meses de reclusão, mais 20 dias-multa.
O juiz também condenou os três sentenciados ao pagamento da quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), a título de danos morais, a ser pago aos pais de Flávia Wanzeler.
O crime
A estudante Flávia Cristina Wanzeler Sampaio foi assassinada durante uma tentativa de assalto no dia 12 de fevereiro de 2023, na zona leste de Teresina. A vítima e o namorado estavam em um carro Nissan Kicks de cor branca, no cruzamento das ruas Alecrim e Tomaz Tajra, quando foram interceptados por três homens que estavam em um automóvel modelo Renault Kwid, de cor azul.
Dois homens desceram do carro e o motorista permaneceu no interior do veículo. Na tentativa de escapar do assalto, o namorado de Flávia deu a ré, mas esbarrou no portão de uma obra e, nesse momento, um dos criminosos efetuou um único disparo, atingindo a estudante de Medicina no ombro, mas a bala acabou se alojando no coração da vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu logo depois, no Hospital São Paulo.
Investigações
Conforme o DHPP, Gustavo Soares encomendava roubos de veículos na capital piauiense a fim de vendê-los nos estados do Maranhão e Ceará. Além disso, o acusado alugava carros para a prática dos assaltos, fornecia armas e alugava um imóvel no bairro Acarape, utilizado para guardar os veículos roubados. Lá, os criminosos clonavam as placas, produziam documentos falsos e os enviavam para fora do Estado.
Devido às investigações, que se ampliaram além do núcleo material do assassinato da estudante Flávia Wanzeler, o DHPP reuniu provas precisas contra uma quadrilha interestadual especializada em roubo de carros sob encomenda.
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