O ex-capitão da Polícia Militar Allisson Wattson da Silva Nascimento, condenado a 17 anos e seis meses de prisão pela morte da namorada Camilla Abreu, terá direito a cinco saídas temporárias no ano de 2023. O benefício da saída temporária se fundamenta no entendimento de que o convívio familiar, bem como a participação em atividades que concorram para o retorno social, contribui para a ressocialização do apenado.
Tem direito à saída temporária o preso que cumpre pena em regime semi-aberto e tenha boa conduta carcerária, pois o juiz, antes de conceder o benefício, consulta os diretores do presídio.
Allisson Wattsson terá direito a sair na Semana Santa (05 a 11 de abril de 2023), Dia das Mães (03 a 09 de maio de 2023), Dia dos Pais ( 09 a 15 de agosto de 2023), Dia das crianças (11 a 15 de outubro de 2023) e Natal (24 de dezembro de 2023 a 01 de janeiro de 2024).
O ex-PM teve a progressão de regime de cumprimento da pena concedido pelo juiz Carlos Hamilton Bezerra Lima, da Vara de Execuções Penais em Meio Fechado da Comarca de Teresina, em decisão proferida em 19 de setembro deste ano.
A data prevista para o benefício da progressão da pena era 17 de dezembro, no entanto, foi antecipada por conta do ex-capitão possuir 177 dias trabalhados na Penitenciária Irmão Guido, tendo 59 dias de remição da pena. A remição por meio do trabalho está prevista na Lei de Execução Penal, garantindo um dia de pena a menos a cada três dias de trabalho.
Até 19 de setembro de 2022, Allisson Wattson cumpriu 6 anos, 7 meses e 10 dias, remanescendo a cumprir 11 anos, 3 meses e 25 dias. O apenado vai obter livramento condicional em 06 de agosto de 2027.
Relembre o caso
A estudante Camilla Abreu desapareceu no dia 25 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e então capitão da PM, Allisson Wattson. Ele ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas no sábado (28) e afirmou não saber do paradeiro da jovem. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte de Camilla. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer. O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
Expulsão
No dia 4 de fevereiro de 2019, o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) decidiu, por unanimidade, pela expulsão do capitão Allisson Wattson da Silva Nascimento dos quadros da Polícia Militar.
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