O ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson, foi condenado na madrugada deste sábado (25) a 17 anos, 7 meses e 21 dias de reclusão e 4 meses e 20 dias de detenção pelo feminicídio contra a estudante Camilla Abreu, que foi morta com um disparo de arma de fogo na cabeça em outubro de 2017.
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A sessão, que foi presidida pela juíza Rita de Cássia da Silva, teve início na sexta-feira (24) e só foi finalizada durante a madrugada deste sábado. Na sentença, o ex-capitão foi condenado pelos crimes de feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
Alegou que tiro foi acidental
Durante seu julgamento, o ex-capitão alegou que o disparo que tirou a vida de sua namorada ocorreu de forma acidental, no Povoado Mucuim, próximo a BR 343, em Teresina. De acordo Allisson, no local, ele teve uma discussão com Camilla e segundo a versão do ex-capitão, a estudante de direito conseguiu pegar sua arma de fogo, o que deu início a uma luta corporal entre o casal e logo depois houve um disparo de arma de fogo.
“Descemos do meu carro para namorar e acabamos discutindo um assunto que não me agradou e retornei ao carro para vestir minha roupa. No momento que eu estava colocando minha camisa, ela pegou a minha arma. A minha arma sempre andava ‘quente’ [engatilhada] porque já é costume de policial, pois pode atirar a qualquer momento e eu tentei dar a volta no carro tentando conversar com ela, porque a arma é muito sensível, conversava com ela [Camilla] para tirar a arma da mão dela, segurei os braços dela, porque ela estava alterada, não sei se por causa da bebida e em um movimento, a arma disparou. Estava muito escuro e eu fui tentar ligar a luz do carro e quando vi, o disparo atingiu a cabeça, tinha muito sangue. Desse momento para frente, eu perdi a razão e tive um choque muito grande”, disse Wattson.
Relembre o caso
A estudante Camilla Abreu desapareceu no dia 25 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e então capitão da PM, Allisson Wattson. Ele ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas no sábado (28) e afirmou não saber do paradeiro da jovem. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte de Camilla. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer. O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
Expulsão
No dia 4 de fevereiro de 2019, o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) decidiu, por unanimidade, pela expulsão do capitão Allisson Wattson da Silva Nascimento dos quadros da Polícia Militar.
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