O Ministério Público Federal (MPF), através do procurador regional dos Direitos do Cidadão no Piauí, Kelston Pinheiro Lages, encaminhou ofício nesta quarta-feira (18) ao Ministério da Saúde, pedindo esclarecimentos a respeito da logística utilizada no envio de vacinas contra covid-19 para o estado do Piauí e quais providências estão sendo adotadas para que o estado receba a quantidade proporcional à sua população, com a compensação de um possível déficit.
O ofício foi encaminhado ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Otávio Moreira da Cruz. Em entrevista ao GP1, o procurador Kelston Lages explicou que aguarda as informações do Governo Federal para que a situação seja sanada o mais rápido possível.
“Foi encaminhado [o ofício] na data de ontem, cobrando essas providências e esclarecimentos dessas distorções que estão havendo e quais providências estão sendo tomadas para sanar a situação. Oficiamos o secretário do estado e do município para também esclarecer essas fatos”, declarou.
Kelston Lages informou que o MPF também está oficiando o Ministério da Saúde em outros estados onde foi constatado déficit de vacinas. “O Ceará já está tomando as providências e em alguns estados do Nordeste. A gente precisa de uma posição oficial do Governo Federal, pela imprensa a gente tem acompanhado que eles estão reconhecendo essa falha com esses estados e corrigindo, mas a gente tem que formalizar tudo isso”, afirmou.
Déficit nos estados
Após levantamento, o MPF constatou que os 10 estados brasileiros que menos receberam imunizantes proporcionais à sua população foram das regiões Norte e Nordeste, segundo dados do Ministério da Saúde contabilizados até 29 de julho de 2021.
De acordo com o MPF, as informações indicam que os critérios adotados pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) para a distribuição das vacinas levaram os estados do Norte e do Nordeste a receberem menos imunizantes em relação ao tamanho de suas populações, o que os deixou para trás no percentual de pessoas vacinadas até o momento.
O órgão ministerial constatou que os 10 estados menos beneficiados na distribuição são Bahia (72,57%), Sergipe (72,53%), Pernambuco (72,40%), Alagoas (72,40%), Piauí (71,63%), Ceará (71,22%), Tocantins (68,85%), Rondônia (65,77%), Pará (65,19%) e Amapá (63,27%).
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