A Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI) divulgou o relatório da pesquisa sondagem industrial referente a dezembro de 2020, fechando o terceiro quadrimestre do ano numa amostra que contem indústrias de vários setores. As pesquisas se desenvolveram por meio de questionário disponibilizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) às indústrias do Estado.
Nos dois primeiros quadrimestres de 2020 (janeiro a agosto) foi perceptível o impacto nas indústrias do Estado dada as limitações impostas pelos decretos editados pelo Governo do Estado do Piauí e dos Municípios por conta da pandemia do novo coronavírus. Já a partir de setembro/2020, com a mitigação dessas medidas restritivas somada à necessidade de reinvenção, dentre outras inovações, houve um paulatino retorno ao cenário pré-pandêmico.
O presidente da FIEPI, Zé Filho explica que o acompanhamento dos indicadores da indústria ao longo do ano é uma importante ferramenta de gestão para os empresários. “Esses dados ajudam no planejamento e no processo de tomada de decisão. Agora temos um conjunto de informações que mostram o comportamento do setor ao longo de 12 meses, o que pode nos ajudar em situações futuras”, comenta Zé Filho.
Para o diretor de Assuntos Econômicos da FIEPI, Freitas Neto, a pesquisa referente ao último quadrimestre de 2020 mostra que a atividade foi se recuperando aos poucos a partir de setembro. “Todos os indicadores melhoraram no quadrimestre e repercutiu no otimismo dos empresários em relação aos próximos seis meses. Esperamos que o volume da produção e a perspectiva de contratação de empregados sigam crescendo em 2021, para que tenhamos uma indústria mais forte e mais representativa no PIB do país”, pontua Freitas Neto.
Confira a análise do quadrimestre setembro/outubro/novembro/dezembro
1. Volume de Produção de sua Empresa no Mês, na Comparação com o Mês Anterior
Vindo de meses anteriores, principalmente de março a junho de 2020, com números pouco otimistas, o quadrimestre setembro/dezembro de 2020 esboçou reação positiva da indústria com média de volume de produção na comparação com o mês anterior em 47,07%, percentual superior aos 37,2% do quadrimestre maio a agosto de 2020. Neste último quadrimestre do ano o mês de novembro apresentou o melhor desempenho medido no período (59,6%), época em que parte das indústrias se prepara para o aquecimento sazonal das vendas, característico do mês de dezembro.
2. Nível de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) em Relação ao Usual
O nível de utilização da capacidade instalada em relação ao usual também revelou uma ascendente retomada das atividades. Se em setembro, o percentual era de 49,2%, aumentou em outubro para 51,7%, tendo os maiores destaques para novembro, com 64,9%, fechando dezembro com 66%. Se analisarmos os quadrimestres anteriores observamos a tendência da indústria local de um contínuo aumento, principalmente a partir de setembro, que se consolidou ao longo deste último quadrimestre avaliado.
3. Evolução do Número de Empregados
A evolução no número de empregados nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro teve a estabilidade em seu melhor percentual no mês de outubro, com 78,3%, muito próximo a dezembro (77,4%). O cenário de queda do número de empregados é menor em outubro, com 6,7%. Já o aumento no número de empregados tem o seu melhor patamar também em outubro, com 15%. Os números do quadrimestre revelam uma tendência de estabilidade nos empregos, sendo indicativo de um cenário positivo e estável nos empregos do setor.
4. Estoques de Produtos Finais da Empresa em Relação ao Planejado/Desejado
Analisando o indicador de estoque de produtos finais em relação ao planejado, embora a maioria das indústrias pesquisadas não operem com estoque de produtos, os índices deste quadrimestre já apresentam percentuais semelhantes ao período anterior à pandemia do novo coronavírus. Os melhores índices apurados concentram-se nos meses de novembro, com 40,4% e dezembro, com 45,3%, índices superiores à média calculada para setembro e outubro, que foi de 31,6%. Nos meses de abril e maio de 2020 as indústrias tiveram os piores números, com 7% e 10% respectivamente, de estoque de produtos. Em junho, 19,7%, em julho, 27,7%, fechando o quadrimestre anterior com 31,3% em agosto. Apesar das dificuldades na aquisição de matéria-prima, este cenário mostra que as indústrias estão planejando e recuperando os estoques de produtos finais em relação ao planejado/desejado.
Perspectivas para os próximos seis meses
1. Demanda por Produtos
A expectativa para a demanda por produtos nos próximos 6 meses teve uma média no quadrimestre de 52,2%, média superior ao quadrimestre anterior, que foi de 47,97%. Setembro e outubro apresentaram os melhores percentuais do quadrimestre, com 55,6% e 56,7%, respectivamente.
2. Número de Empregados
A expectativa de crescimento do número de empregados na indústria para os próximos 6 meses tem se mantido numa constante para este quadrimestre com percentuais de 14,3% em setembro, 10% em outubro, 19,3% em novembro e 13,2% em dezembro. Os índices de expectativa de aumento no número de empregados no Nordeste foram de 17,3% em outubro, 19,1% em novembro e 17,8% em dezembro.
3. Compras de Matéria-prima
Para os próximos 6 meses, as perspectivas das indústrias do Estado para o aumento nas compras de matéria-prima tiveram melhores expectativas em setembro (47,6%) e outubro (51,7%). O reflexo da dificuldade nessa aquisição foi observado quando os percentuais reduziram em novembro (40,4%) e dezembro (39,6%).
4. Intenção de Investimento
Os números mostram um crescimento constante nos meses de setembro (36,5%), outubro (33,3%) e novembro (35,1%) quanto a intenção* de investimento das indústrias para os próximos 6 meses. O mês de dezembro fecha o quadrimestre com 49,1%, apresentando um otimismo destacado na intenção de investir nos próximos 6 meses, com percentual até superior ao da região Nordeste, que foi de 44,7% no mês de dezembro de 2020.
Série histórica da Sondagem Industrial
Os números da Sondagem Industrial mostram resultados das pesquisas realizadas mensalmente, de janeiro a dezembro de 2020. O período de março a agosto de 2020 foi atípico, impactando diretamente as indústrias, dadas as medidas restritivas impostas pelos Governos Estadual e Municipais para a contenção da pandemia da Covid-19. A partir de setembro de 2020, com a completa retomada da atividade industrial, os números passam a mostrar um cenário de retorno à normalidade que tende a avançar em 2021
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