A Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulgou uma nota nesta sexta-feira (05), informando ter tomado ciência das denúncias que foram feitas ontem, em um perfil onde expôs pessoas que suspostamente teriam fraudado o sistema de cotas do SISU, para ingressar na instituição.
A conta criada no Twitter já está fora do ar, mas o tempo em que esteve funcionando foi o suficiente para levantar polêmicas entorno da temática. Diversos estudantes de vários campus da universidade foram expostos, as postagens alegam que eles teriam se autodeclarados pretos, pardos ou indígenas mesmo sendo brancos. A maioria dos estudantes que aparecem são do curso de Medicina, o perfil também expôs alunos da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), que até o momento não se pronunciou a respeito.
“Compreendemos que as cotas se constituem como um importante mecanismo de enfrentamento ao racismo e ao preconceito em nosso país, assim como permitem a reparação de desigualdades econômicas, sociais e educacionais determinadas historicamente no Brasil”, diz trecho da nota.
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) disse ainda que não compactua com qualquer atividade fraudulenta e que desde o segundo semestre do ano passado adotou a validação racial mediante à implantação das comissões de validação étnico-racial, como um meio de tentar reduzir as fraudes na instituição.
Confira a nota na íntegra
“Vimos a público reiterar o compromisso da Universidade Federal do Piauí com a sociedade brasileira quanto ao integral cumprimento do disposto legal que regulamenta o acesso ao Ensino Superior pela modalidade de cotas, determinado pela Lei Federal nº12.711/12. Assim sendo, reafirmamos que não compactuamos com quaisquer tipos de ações fraudulentas que retirem o direito à Educação Pública, Gratuita e de Qualidade conquistados pela população brasileira. Compreendemos que as cotas se constituem como um importante mecanismo de enfrentamento ao racismo e ao preconceito em nosso país, assim como permitem a reparação de desigualdades econômicas, sociais e educacionais determinadas historicamente no Brasil. Esclarecemos, ainda, que, a partir do processo seletivo SISU 2019.2, adotamos a validação racial, mediante à implantação das Comissões de Validação de Autodeclaração Étnico-racial, como aprimoramento do processo de seleção para nossos cursos de graduação, bem como numa tentativa de reduzir investidas fraudulentas. Além disso, a UFPI tem assumido como padrão de conduta a investigação de todas as denúncias apresentadas, respeitando, sempre, a devida tramitação do processo legal e o direito ao contraditório e à ampla defesa, assim todos os casos apresentados são e continuarão sendo devidamente apurados. Por fim, reiteramos nosso compromisso com a busca pela garantia de que os verdadeiros destinatários das ações afirmativas sejam, de fato, aqueles a ocuparem as vagas que lhes são asseguradas, pois só assim poderemos contribuir institucionalmente para a produção de uma sociedade mais justa e cônscia de seus direitos e deveres.
Profa. Romina Paradizo, pró-reitora”.
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