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Primo confessa ter matado filho de piauiense em São Paulo

O menino de seis anos era filho de um piauiense, natural de Cocal de Telha, Norte do Estado.

Imagem: Reprodução/FacebookClique para ampliarCriança assassinada(Imagem:Reprodução/Facebook)Criança assassinada
Durvalino Gonçalves de Souza, de 23 anos, primo de Leonardo de Jesus, de 6 anos, criança encontrada morta na Praia de Juquehy, em São Sebastião, Litoral de São Paulo, confessou o crime e teve prisão temporária decretada. A informação é do delegado Alexandre Bertolini, titular do 2º DP (Boiçucanga), responsável pelo caso.

Segundo o Portal A Tribunal, ele adiantou que pretende concluir o inquérito no prazo inicialmente estipulado e requerer a preventiva do acusado, para que ele permaneça preso até o julgamento.

O corpo de Leonardo de Jesus Santos, de seis anos de idade, foi encontrado na tarde de sábado (20) em um terreno baldio na praia de Juquehy, na costa Sul de São Sebastião, no litoral de São Paulo. A criança, filha de José Antonio Machado, que é piauiense, da cidade de Cocal de Telha, no Norte do Estado, ficou desaparecida por dois dias.

Em entrevista ao GP1, o patrão do pai, o senhor Sérgio Matos, informou que a família continua muito abalada, principalmente após um familiar ter confessado o crime, mas que muitas pessoas estão tentando ajudar a família. “Eles estão tentando aos pouquinhos retomar a vida, pois foi muito triste encontrar o meninozinho sem vida. Eu e muitas pessoas estamos tentando consolar, confortar a família de todas as formas. Eles estão no meu condomínio. Eu moro em São Paulo e estou aqui desde o dia que a criança sumiu. Já conseguimos psicólogos para ajudar eles, pois infelizmente a vida continua”, disse.

“Enfim, ficamos muito perplexos com tudo isso, pois é uma dor muito grande. Não entendemos o porquê do primo ter feito isso, não sabemos se foi um surto psicológico ou se ele estava drogado. A mãe, que é tia dele, está mais indignada ainda porque ela sempre ajudou muito ele”, finaliza.

Nesta quinta-feira (25), Durvalino participou da reconstituição e tentou abrandar a gravidade do crime afirmando que não teve intenção de matar a criança. “Ele admitiu ter desferido um soco no rosto da criança porque ela o importunava puxando insistentemente a bermuda dele, mas sem querer matá-la. Com isso, tentou dar uma conotação de crime culposo [sem a intenção de matar]”, afirmou o delegado seccional de São Sebastião, Múcio Alvarenga.
Imagem: DivulgaçãoPrimo confessou ter matado o menino Leonardo(Imagem:Divulgação)Primo confessou ter matado o menino Leonardo
Quando ocorre uma agressão intencional e dela decorre a morte da vítima, sem que esse desfecho fosse a pretensão do autor, há o crime de lesão corporal seguida de morte, punível com reclusão de quatro a 12 anos, conforme o Código Penal.

No entanto, o delegado Alexandre Bertolini deverá ter outra interpretação jurídica, indiciando o acusado por homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima – crime hediondo, cuja pena varia de 12 a 30 anos.

A pedido de Bertolini, a juíza Thais Fortunato Bim decretou a prisão temporária de 30 dias de Durvalino na quarta-feira (24). De posse da ordem de captura, a equipe do investigador Ricardo Marques o localizou e o prendeu na mesma data em Barra do Una, bairro vizinho à Praia de Juquehy.

Após cerca de três horas de interrogatório, depois de dizer ser “inimigo mortal” da tia Marina Maria de Jesus Santos, mãe de Leonardo de Jesus Santos, o menino assassinado, Durvalino caiu em várias contradições e admitiu ser o autor do crime.

De acordo com o rapaz, ele foi fumar um cigarro em um terreno e ficou irritado porque Leonardo foi atrás dele. Essa irritação aumentou quando a criança começou a puxar a bermuda do acusado e ele a agrediu com um soco no rosto.

Ao perceber que o menino estava desfalecido, Durvalino afirmou que tentou reanimá-lo com massagem cardíaca e respiração boca a boca. Porém, ao constatar que a criança não reagia, ficou desesperado, a pegou no colo e a jogou em uma área de mata a dez metros do lugar onde deu o soco, no próprio terreno.

Imagem: Reprodução/A TribunaMenino de 6 anos havia desaparecido na quinta-feira passada e seu corpo foi achado sábado(Imagem:Reprodução/A Tribuna)Menino de 6 anos havia desaparecido na quinta-feira passada e seu corpo foi achado sábado

Pais se surpreendem com confissão

José Antônio Machado, de 33 anos, e Marina Maria de Jesus Santos, de 31, são os pais de Leonardo e não escondiam a surpresa e a tristeza diante da notícia de que um parente que acolheram em casa é o autor da morte do menino. “Não tenho palavras, não consigo me conformar”, declarou Marina, enquanto o crime era reconstituído.

Tia de Durvalino, a mulher disse que mantinha bom relacionamento com o sobrinho até cerca de oito meses atrás, quando se separou de José Antônio e foi buscar na casa do ex-companheiro alguns pertences pessoais, entre os quais um aparelho de som.

De acordo com ela, apenas Durvalino estava no imóvel e tentou impedi-la de levar os objetos, agarrando-a em seguida com as duas mãos no pescoço para esganá-la. A asfixia mecânica apenas não se consumou porque a mulher conseguiu se desvencilhar a tempo.

Sobre o relacionamento do rapaz com Leonardo, Marina disse ignorar qualquer antecedente de agressividade do sobrinho contra o filho dela. Por fim, a mulher afirmou saber que Durvalino fuma maconha, acrescentando desconfiar que ele seja também usuário de crack e cocaína.

Ajuda dissimulada

Após matar o garoto, Durvalino foi até a casa do pai da vítima e tomou banho. Nessa ocasião, José Antônio já havia percebido o sumiço da criança e a procurava nas imediações da residência.

“Estou muito triste. Nunca esperava isso dele, jamais. Eu o acolhi em casa quando ele mais precisava e foi fazer isso com o meu único filho, a minha paixão”, desabafou o pai, também com exclusividade para A Tribuna, no mesmo imóvel onde estava Marina durante a reconstituição.

Depois de o acusado tomar banho, José Antônio lhe pediu para auxiliá-lo a encontrar Leonardo. “Fomos procurar na praia, em tudo quanto foi lugar”, relembrou o pai da criança.

Como se não soubesse de nada, Durvalino participou das buscas até mesmo no terreno onde aconteceu o assassinato. No entanto, direcionou o pai para o lado oposto onde estava o corpo do garoto.

A dissimulação do acusado teve desdobramento no sepultamento de Leonardo, no domingo. Durvalino de Souza compareceu ao Cemitério de Juquehy e foi visto chorando pela morte do primo, que o chamava de “tio”.
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