O governador Luiz Fernando Pezão admitiu nesta segunda-feira (13) que a Polícia Militar confirmou que houve erro na ação que resultou na morte do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos. A criança foi baleada na cabeça no Conjunto de Favelas do Alemão, Zona Norte do Rio.
“Foi uma atuação errada. A PM apresentou os policiais e viu pela localização que tinha tido um erro ali. Quem investigou, quem viu, e quem fez esse trabalho foi a polícia. Agora está se apurando”, declarou Pezão após participar de um evento na Câmara de Comércio Americana do Rio (AmCham Rio), em Copacabana.
“Isso mostra que cada vez mais temos que treinar melhor, capacitar melhor os nossos policiais”, destacou Pezão, que ressalvou as particularidades das favelas que compões o Alemão. "Eu sei que as condições ali no alemão são muito difíceis, principalmente nas duas localidades onde a gente estava reforçando policiamento", acrescentou.
O governador, no entanto, voltou a enaltecer a política de pacificação, enfatizando que o estado não irá retroceder neste processo. “Acho que [a pacificação] vai melhorar cada vez mais. A PM tem 208 anos. Estamos entrando em áreas que o estado não entrava há 30 ou até 40 anos”, disse.
PM renova licença médica
Nesta segunda-feira (13) estavam previstos na Divisão de Homicídios os depoimentos de cinco PMs envolvidos na morte de Eduardo. Um eles é o principal suspeito de ter disparado o tiro de fuzil que atingiu o garoto.
O depoimento seria na semana passada, mas seu advogado apresentou atestado médico alegando que seu cliente estava emocionalmente abalado. A licença acabaria nesta segunda, mas foi renovada por mais oito dias, segundo a Polícia Militar, e o PM novamente não apareceu para depor.
"Arrependimento é falso", diz mãe de Eduardo
Após a divulgação do laudo da Polícia Civil, ficou confirmado que o tiro que matou o menino partiu de um fuzil e foi divulgado que os policiais responsáveis estão supostamente abalados, inclusive de licença médica. A mãe do garoto Terezinha Ferreira resolveu desabafar. Para ela, "esse arrependimento é falso".
"A distância que ele estava do meu filho era muito pequena e dava para ele perceber se era um adulto ou uma criança. Ele foi muito covarde", falou Terezinha. No início das investigações, ela relatou que o tiro havia sido dado por um policial e a versão foi agora confirmada através do laudo da perícia.
Dois policiais militares envolvidos na operação, que confirmaram ter efetuado disparos de fuzil perto do local onde o estudante foi morto, estão de licença médica supostamente abalados pelo disparo que matou o menino. Após admitir em depoimento que pode ser o autor do tiro, um dos PMs chegou a ser internado no Hospital Central da PM, com sintomas de um surto psicótico.
Um dos agentes afirmou ainda que efetuou disparos após uma queda, e o outro admite que fez três disparos. Os soldados da UPP serviam de guias para homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Terezinha contou ao G1 os momentos da morte do filho no Complexo de Favelas do Alemão. Ela considerou que o que ouviu não apenas um tiro, mas um "grande estouro". Terezinha contesta ainda o arrependimento dos policiais sobre à morte do filho.
"Na hora eles não tiveram nenhuma reação de arrependimento, nenhum dos dois policiais. Pelo contrário, ele ainda apontou o fuzil no meu rosto e me ameaçou. Eu marquei a cara dele. Eu nunca vou esquecer o rosto do PM que acabou com a minha vida", disse.
Ainda no Piauí na casa dos familiares, José Maria Ferreira de Sousa e Terezinha Maria de Jesus, pais do menino Eduardo, aguardam as celebrações religiosas em homenagem ao garoto, que serão realizadas no domingo (12).
"Tudo o que eu mais quero é que a justiça de Deus seja feita, porque ela nunca falha. E eu verei: ele vai pagar pela morte do meu filho. Ele vai penar. Nunca vou perdoá-lo. Ele tirou a vida do meu filho, de uma criança. Ele não terá mais sossego", disse.
Dia 17 de abril os pais de Eduardo voltam para o Rio de Janeiro para ajudar a Polícia Civil nas investigações. A Divisão de Homicídios da Capital (DH) vai realizar a reconstituição da morte do garoto ainda sem data marcada. Os investigadores esperam a volta da família de Eduardo ao Rio de Janeiro.
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“Foi uma atuação errada. A PM apresentou os policiais e viu pela localização que tinha tido um erro ali. Quem investigou, quem viu, e quem fez esse trabalho foi a polícia. Agora está se apurando”, declarou Pezão após participar de um evento na Câmara de Comércio Americana do Rio (AmCham Rio), em Copacabana.
Imagem: DivulgaçãoGovernador Pezão
Pezão disse que o caso é “lamentável”. “É muito triste ver um garoto de 10 anos perder sua vida ali, assim como a dona Elizabeth”, destacou o governador, lembrando também da morte da dona de casa Elizabeth Alves de Moura, baleada dentro de casa durante operação policial no Alemão.“Isso mostra que cada vez mais temos que treinar melhor, capacitar melhor os nossos policiais”, destacou Pezão, que ressalvou as particularidades das favelas que compões o Alemão. "Eu sei que as condições ali no alemão são muito difíceis, principalmente nas duas localidades onde a gente estava reforçando policiamento", acrescentou.
O governador, no entanto, voltou a enaltecer a política de pacificação, enfatizando que o estado não irá retroceder neste processo. “Acho que [a pacificação] vai melhorar cada vez mais. A PM tem 208 anos. Estamos entrando em áreas que o estado não entrava há 30 ou até 40 anos”, disse.
PM renova licença médica
Nesta segunda-feira (13) estavam previstos na Divisão de Homicídios os depoimentos de cinco PMs envolvidos na morte de Eduardo. Um eles é o principal suspeito de ter disparado o tiro de fuzil que atingiu o garoto.
O depoimento seria na semana passada, mas seu advogado apresentou atestado médico alegando que seu cliente estava emocionalmente abalado. A licença acabaria nesta segunda, mas foi renovada por mais oito dias, segundo a Polícia Militar, e o PM novamente não apareceu para depor.
"Arrependimento é falso", diz mãe de Eduardo
Após a divulgação do laudo da Polícia Civil, ficou confirmado que o tiro que matou o menino partiu de um fuzil e foi divulgado que os policiais responsáveis estão supostamente abalados, inclusive de licença médica. A mãe do garoto Terezinha Ferreira resolveu desabafar. Para ela, "esse arrependimento é falso".
"A distância que ele estava do meu filho era muito pequena e dava para ele perceber se era um adulto ou uma criança. Ele foi muito covarde", falou Terezinha. No início das investigações, ela relatou que o tiro havia sido dado por um policial e a versão foi agora confirmada através do laudo da perícia.
Dois policiais militares envolvidos na operação, que confirmaram ter efetuado disparos de fuzil perto do local onde o estudante foi morto, estão de licença médica supostamente abalados pelo disparo que matou o menino. Após admitir em depoimento que pode ser o autor do tiro, um dos PMs chegou a ser internado no Hospital Central da PM, com sintomas de um surto psicótico.
Um dos agentes afirmou ainda que efetuou disparos após uma queda, e o outro admite que fez três disparos. Os soldados da UPP serviam de guias para homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Terezinha contou ao G1 os momentos da morte do filho no Complexo de Favelas do Alemão. Ela considerou que o que ouviu não apenas um tiro, mas um "grande estouro". Terezinha contesta ainda o arrependimento dos policiais sobre à morte do filho.
"Na hora eles não tiveram nenhuma reação de arrependimento, nenhum dos dois policiais. Pelo contrário, ele ainda apontou o fuzil no meu rosto e me ameaçou. Eu marquei a cara dele. Eu nunca vou esquecer o rosto do PM que acabou com a minha vida", disse.
Ainda no Piauí na casa dos familiares, José Maria Ferreira de Sousa e Terezinha Maria de Jesus, pais do menino Eduardo, aguardam as celebrações religiosas em homenagem ao garoto, que serão realizadas no domingo (12).
"Tudo o que eu mais quero é que a justiça de Deus seja feita, porque ela nunca falha. E eu verei: ele vai pagar pela morte do meu filho. Ele vai penar. Nunca vou perdoá-lo. Ele tirou a vida do meu filho, de uma criança. Ele não terá mais sossego", disse.
Dia 17 de abril os pais de Eduardo voltam para o Rio de Janeiro para ajudar a Polícia Civil nas investigações. A Divisão de Homicídios da Capital (DH) vai realizar a reconstituição da morte do garoto ainda sem data marcada. Os investigadores esperam a volta da família de Eduardo ao Rio de Janeiro.
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