Estudante de medicina é preso em Teresina durante Operação Milhas deflagrada pela Greco

Os policiais do Grupo de Repressão ao Crime Organizado - GRECO, através da Divisão de Repressão aos Crimes Tecnológicos - DECART, deflagraram na manhã desta segunda-feira (02), a Operação Milhas em parceria com a Polícia Civil de Minas Gerais e de Pernambuco, e cumpriram um mandado de prisão temporária contra Nomanhg Arruda Sousa, de 24 anos, estudante de medicina de uma faculdade particular da zona leste de Teresina.

O jovem é investigado por participar de uma organização criminosa especializada em furto qualificado de 8 milhões de milhas aéreas da empresa Multiplus S.A.

Início das investigações

Segundo o delegado e coordenador do GRECO, Carlos Camelo, a investigação se iniciou após a empresa Multiplus S.A., que faz parceria com a companhia aérea TAM, perceber que estava havendo furto de milhas dos clientes.

"Vários clientes ligavam para a empresa informando sobre a diminuição de suas milhas e com as reclamações a empresa fazia a reposição das milhas para os clientes. Na verdade a maior vítima era a empresa", contou o delegado.




Como funcionava o esquema

Segundo a delegada da DERCAT, Cristhiane Vasconcelos, os acusados encaminhavam e-mails fraudulentos para os clientes da empresa Multiplus e assim conseguiam as informações. “Páginas clonadas eram enviadas para os e-mails de várias pessoas do Brasil. As vítimas acreditavam que estavam no site de determinada companhia aérea, clicava, e às vezes eram feitas solicitações de login e senha. Dessa forma eram capturados os dados”, detalhou a delegada.
Os acusados, que ainda não foram identificados, pegavam essas informações e vendiam para terceiros. Era nessa parte que o estudante de medicina Nomanhg Arruda Sousa entrava no esquema. Ele comprava dos criminosos um pacote de 10 mil milhas, juntamente com as informações e, em posse dessas informações, o estudante utilizava as milhas, comprava as passagens aéreas e as renvendia por R$ 200,00.

Ainda de acordo com o delegado Carlos Camelo, o estudante relatou que há dois anos participava do esquema e lucrava cerca de R$ 60 mil por ano.

Prisão

A Polícia Civil do Piauí recebeu uma representação da empresa Multiplus há 10 dias, que foi encaminhada para o juiz da Central de Inquéritos e o Mandado de Prisão Preventiva foi expedido contra o estudante. "Nomanhg foi preso na manhã desta segunda-feira (2) em um apartamento localizado na Avenida Zequinha Freire. O seu notebook também foi apreendido e os policiais encontraram várias transações no aparelho", explicou o delegado.

Nomanhg Arruda está sendo investigado por furto qualificado, mediante fraude e, por enquanto, a Polícia Civil identificou apenas uma pessoa acusada de participar do esquema no Piauí. Caso seja indiciado, o estudante poderá cumprir pena de 2 a 8 anos de reclusão, além de pagar multa.

Associação criminosa em outros Estados

O caso ainda é investigado em Minas Gerais e Pernambuco. Em Minas Gerais uma empresa de turismo está sendo investigada por participar do esquema. 

"Em Minas a operação foi deflagrada na sexta-feira (27) a tarde. Foram apreendidos computadores de uma empresa de turismo, um material de informática, de certa forma, bem elaborado, com servidores (...) Em Pernambuco, a operação está em tramitação hoje", informou o coordenador do GRECO. 


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