O diretor da Penitenciária Regional Dom Abel Alonso Nunez, de Bom Jesus, Gleidson da Silva Figueredo comentou a ação civil pública ajuizada pela promotora de Justiça Gabriela Almeida Santana contra o Estado do Piauí, requerendo a reforma da penitenciária e a adoção de medidas para sanar as irregularidades constatadas pelo Ministério Público.
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Gleidson confirmou as falhas que vão desde a falta de estrutura no local à superlotação nas celas. A penitenciária tem 76 vagas, mas abriga 165 presos, alguns vindos de outras penitenciárias. Vinte e três agentes revezam em plantão. Só esse ano já foram sete fugitivos, e cinco tentativas. Mas há um medo em falar sobre a situação.
“A situação aqui é precária, não temos nem policial militar para ficar o tempo certo, são poucos agentes. Mas prefiro que essa situação fique a cargo do Ministério Público, por que a gente fala dessas fragilidades e os criminosos da região vêm aqui e podem fazer uso dela”, disse Gleidson.
O gerente também diz que os agentes passam de vítimas do sistema a vilões. “Muitos presos já chamaram seus advogados para fazer denúncias infundadas, dizer que sofriam maus tratos, mas isso não acontece aqui, sou bacharel em direito e não aceito tortura. Alguns já tentaram se rebelar, mas sem sucesso”, desabafou.
O gerente disse que a situação é muito mais “profunda e complexa”. “O sistema penitenciário é defasado em todo país, aqui pelo menos ainda tem um controle do Estado. Mas eu convido a sociedade em geral e até a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para conhecer o nosso caso”, afirmou.
Gleidson disse que a esperança é a última que morre. “Quando a justiça entra em cena as coisas mudam. Se o Estado não cumprir, um processo judicial pode ser gerado contra ele. Eu tenho esperança que se possa mudar”, disse Gleydosn.
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