Em entrevista coletiva, a delegada Daniela Barros, Andreia Magalhães e Delegado Geral James Guerra prestaram esclarecimentos sobre a Operação Aspásia realizada nesta terça-feira (14) que fechou três casas acusadas de exploração sexual, conhecidas como Beth Cuscuz, Copacabana e Rancho.
Os donos das respectivas casas foram presos após a justiça ter expedido mandado de prisão temporária contra os acusados, entre eles Beth Cuscuz e Carlão, dono do Copacabana.
Na entrevista coletiva, o delegado geral James Guerra explicou porque somente agora estas casas foram fechadas. Segundo o delegado, o Ministério Público tomou conhecimento através de uma nota vinculada em um jornal, de que uma casa de prostituição tinha menores. A partir daí foi feita uma recomendação, onde a polícia deu início às investigações. “Nessas investigações, encontramos indícios que a coisa era muito maior e complexa, percebemos que as mulheres nessas casas eram exploradas sexualmente. A prostituição não é crime, mas a exploração sexual sim. Além disso, por enquanto uma menor foi encontrada prestando esses serviços, o que é proibido”, disse James Guerra.
A operação começou há 15 meses, 70% dela foi feita através de escutas. “Nós percebemos com essas escutas que existia uma teia criminosa, onde chegamos em outros focos e acabamos percebendo que essas casas tinham uma ligação, já que eles tinham acesso a sites de prostituição que ofereciam as mulheres como um cardápio, os sites em si estavam ligados aos donos dessas casas e eram destinados a exploração sexual”, disse Andreia Magalhães.
Segundo Andreia Magalhães, quase todas as mulheres que foram encontradas nessas casas eram de outros estados, a maioria do Sul, o que caracteriza tráfico interno, além de uma menina de 15 anos. Todas foram ouvidas, a maioria das garotas de programas esteve nesta manhã na Delegacia de Entorpecentes. Cinco sites usados para exploração sexual e que tinham os donos dessas casas envolvidos foram fechados.
Beth Cuscuz
Segundo a delegada Daniela Barros, que comandou a operação na Beth Cuscuz, a situação da boate era degradante, as mulheres viviam em situações insalubres e foram encontrados indícios de exploração sexual.
Daniela Barros afirmou que as mulheres que trabalhavam na Beth Cuscuz, precisavam todos os dias deixar uma quantia no valor de R$ 120, senão não poderiam sair para fazer programas. Além disso, foram encontradas agendas com valores elevados dos programas. “Encontramos comandas com valores elevados, de R$ 8, R$ 10 e até 50 mil de clientes”, disse a delegada.
Taxistas também participavam do esquema. A casa pagava R$ 20 para cada taxista que levasse um cliente, e a cada 5 clientes eles recebiam uma quantia de R$ 50. No local ainda havia dois quartos destinados a realização do programa.
“Fiquei chocada com a condição do local que eu encontrei. Elas estavam em uma situação insalubre, o lugar era nojento, fiquei chocada. Se aquilo é prostituição de luxo, eu não sei mais o que é luxo. Ali ficou caracterizada a exploração sexual”, disse a delegada.
Beth Cuscuz ainda estaria com problemas financeiros e estaria até fazendo o arrendamento da casa. Ela tinha o site Pecado Cazual, que já foi fechado.
Copacabana
A delegada Andreia Magalhães afirmou que as mesmas condições da Beth Cuscuz foram encontradas no Copacabana. As mulheres cobravam os programas em torno de R$ 200 a R$ 500. Além disso, o dono mantém um site, conhecido como Só as Tops, onde as garotas tinham que pagar R$ 300 por mês para manter as suas fotos no site, e se quisessem um destaque maior, o valor subia.
O dono do Copacabana, conhecido como Carlão, já está preso. Além dele na rede de prostituição, ainda tinham as suas sócias conhecidas como Gorete e Desterro, além do dono do site, Santos. Carlão ainda foi autuado em flagrante porque foi encontrado com um rifle.
“Agora nós temos provas de tudo, de como funcionava. As casas já foram fechadas e os alvarás devem ser suspensos, como no caso da Beth Cuscuz que tem alvará de funcionamento para casa de show, mas não era o caso. Os mandados de prisão são para cinco dias, podendo ser estendido”, disse Andreia Magalhães.
Os presos vão responder pelos crimes de favorecimento da prostituição, casa de prostituição, tráfico interno de pessoas para exploração sexual, mais conhecido como agenciamento e formação quadrilha, mas nem todos vão responder por estes crimes, vai depender da participação de cada um.
Veja os vídeos da Operação:
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